Para 1964 o Marauder tornava-se um pacote de acabamento e motorização aplicável a qualquer grande Mercury (Monterey, Montclair e Park Lane), o que dissolvia sua ainda frágil personalidade. Três motores eram disponíveis para essa versão: o Super 390 V8, de 6,35 litros e potência bruta de 300 cv; o Interceptor 390 V8, de mesma cilindrada e 330 cv, obtidos com tuchos de válvula mecânicos, alta taxa de compressão e carburador de quatro corpos; e o poderoso big-block (bloco-grande) 427 V8, de 7,0 litros e 410 cv, o mesmo que o conduzia nas pistas da Nascar.

Em 1969 o Marauder retornava à linha, ainda maior e com a versão X-100, acima,
que exibia traseira em preto, rodas de alumínio e extraía 360 brutos de 7,05 litros

As opções de câmbio passavam pelos manuais de quatro marchas, com opção entre quarta sobremarcha e efetiva, e pelo automático Merc-o-Matic de três marchas. Apesar de tanta potência, o carro era muito grande, pesado e macio. A suspensão, independente por braços sobrepostos à frente e com eixo traseiro rígido, e os freios a tambor nas quatro rodas não contribuíam para o dirigir mais vigoroso.

O Marauder desapareceu dos catálogos da Mercury já em 1965, mas voltou em 1969 como um modelo próprio. O cupê hardtop seguia as tendências de estilo da época, como faróis (quatro circulares) ocultos por uma tampa escamoteável, saídas de ar nos pára-lamas traseiros e colunas posteriores mais alongadas e inclinadas que o vidro. As medidas estavam ainda mais generosas que as do primeiro modelo, com 5,56 metros de comprimento e 3,07 m entre eixos.

O modelo 1970, último produzido: quatro faróis circulares ocultos por tampas, como já era no 1969, que ilustra a abertura deste artigo

Além da versão básica, com motor 390 V8 de 265 cv, havia a exclusiva X-100, de produção reduzida. Desenvolvia 360 cv com seu 429 (7,05 litros), um dos maiores motores que a Ford já usou em carros de rua. Eram o suficiente para acelerar toda a massa — mais de 1.800 kg — de 0 a 96 km/h em oito segundos, e trazia adereços como rodas largas de alumínio, saias nos pára-lamas traseiros e pintura em preto fosco na tampa do porta-malas e ao redor do vidro posterior.

Mais uma vez, porém, o carro teve vida curta. Já em 1970 era descontinuado, antes mesmo que as leis de emissões e segurança acabassem com os "carros musculosos". Cerca de 3.000 foram produzidos na fase de modelo independente, o que o torna raro hoje.

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