Compromisso com a monarquia

Divisão de luxo da Jaguar, a Daimler teve na limusine
DS 420 uma opção à altura dos nobres mais refinados

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Uma das mais antigas fábricas de automóveis do mundo nasceu na Grã-Bretanha. Em 1893, F. R. Simms conseguia, sob licença, o desenvolvimento das idéias do genial alemão Gottlieb Daimler. Nascia a Daimler Motor Syndicate. Três anos depois começava a importação dos motores e, em 1898, o sr. Daimler saía da sociedade e o grupo inglês Lawson assumia.

A afinidade da marca com os monarcas começou quando o Príncipe Eduardo VII, futuro rei, dirigiu um Daimler 6 CV. Nesta ocasião estava ao lado do Lorde Montagu, um entusiasta de bons automóveis. Nos anos 1950 a firma pertencia a Bernard Docker, que também era diretor geral e dono da famosa marca de motocicletas BSA e de industrias de armamentos. Neste período a empresa desenvolvia automóveis muito sofisticados, exóticos e, conseqüentemente, caríssimos. Por este motivo — e também porque eram muito excêntricos — não venderam muito.

O desenho do DS 420 não era moderno, mantendo os elementos clássicos do Jaguar Mark X 420. Mas sua elegância e os 5,7 metros de comprimento da versão mais longa não passavam despercebidos

Anos depois, em 1961, a famosa fábrica britânica de carros de prestigio Jaguar comprava a Daimler, que estava debilitada financeiramente também por causa da Segunda Guerra Mundial. A marca seria a divisão da Jaguar de automóveis mais sofisticados. Na época, o produto de maior prestigio da Daimler era o modelo Majestic Major, um tanto já envelhecido. Na versão saloon (sedã) ou limusine, possuía motor V8 de 4.560 cm³ que desenvolvia 220 cv. Na opção mais sofisticada, media 5,74 metros de comprimento e pesava 2.017 kg. Com este porte, sua velocidade máxima de 175 km/h era satisfatória.

Em 1968, os poderosos grupos ingleses BMC (British Motor Company) e British Leyland se uniam. A Jaguar passava a fazer parte do conglomerado e o primeiro produto nascia sobre a batuta e prancheta de Sir Willians Lyons, o fundador da Jaguar. Tratava-se da limusine Daimler DS 420, com linhas inspiradas no Mark X 420. Chegava para substituir o Majestic Major e o Vanden Plas Princess.

No interior, espaço para sete pessoas -- incluindo os pequenos bancos dos seguranças -- e revestimento sofisticado, com farto uso de madeira-de-lei

O novo e imponente automóvel tinha linhas clássicas e bonitas. Misturava traços retos e angulosos, mas não era nem um pouco moderno. Com os mesmos 5,74 metros de comprimento do Majestic, não passava despercebido. Sua carroceria era fabricada pela afamada Vanden Plas, fundada em 1923, sob orientação da Hooper. Tinha três volumes, quatro portas e o destaque ficava por conta do desenho da tampa do porta-malas, que mais tarde inspiraria o Cadillac Seville de 1980. Continua

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Data de publicação: 23/3/04

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