Mas o mercado não sorriu para o 1000 Sp como a marca desejava. Apesar da beleza de linhas e do relativo requinte interno, com bancos dianteiros individuais ajustáveis (o traseiro era menor, apenas para crianças) e vários detalhes cromados, o cupê não foi bem-sucedido, a razão mais provável tendo sido o preço alto demais para sua mecânica antiga e de desempenho contido. Custava bem mais que um Volkswagen Karmann-Ghia, seu mais direto concorrente, e cerca de 50% mais que um Auto Union (ex-DKW) 1000 sedã. |
No interior, bancos individuais, bom acabamento e semelhanças com os DKWs que conhecemos, como nos instrumentos e alavanca de câmbio na coluna de direção |
Sem verba para investir
em novos motores, a empresa mantivera o conhecido três-cilindros a
dois tempos de 981 cm³, refrigerado a água. Era o mesmo usado nos
modelos brasileiros da Vemag de
1959 em diante, mas com potência pouco maior: 50 cv (ante 44) a 4.500 rpm, como
em nosso Fissore. O torque atingia 9,5 m.kgf a 3.600 rpm, o que
permitiu alongar o diferencial de 4,72:1 para 4,37:1. O cupê
levava 23 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e chegava a 140 km/h
— números coerentes com a época, mas abaixo da expectativa gerada por
seu desenho elegante e esportivo. |
A versão conversível de 1961 era ainda mais agradável aos olhos, mas não ao bolso: o alto preço, associado a uma mecânica superada e de baixo desempenho, inibia as vendas do 1000 Sp |
Entre abril de 1958 e o
mesmo mês de 1965, apenas 5.004 cupês encontraram compradores — não
surtiu efeito a mudança de denominação de DKW para Auto Union, tanto
no cupê quanto no restante da linha de 1.000 cm³ da empresa, a fim de
separar sua imagem da dos modelos mais baratos. Nesse período, outras
alterações foram efetuadas. |
O modelo aberto surgiu já com as aletas traseiras mais suaves e hoje é objeto de coleção. O motor de três cilindros, dois tempos e 50 cv era o mesmo do cupê |
O fim da produção do 1000 Sp coincidiu com a chegada do DKW F102, o último modelo com essa marca, e com a mudança de mãos da DKW, comprada também em 1965 da Daimler-Benz pela Volkswagen. A marca do "carro do povo" não demorou a implantar no F102 um motor de quatro cilindros e quatro tempos, com 1,7 litro de cilindrada, denominando-o Audi — uma reedição da marca há tantas décadas ausente do mercado. Já em 1966 a versão a dois tempos era descontinuada, pondo fim à marca DKW. |
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