O kei jidosha que cresceu

Primeiro modelo não-esportivo da Honda, o N360 ganhou
potência e versões com o passar do tempo e chegou aos EUA

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Boa parte dos fabricantes japoneses começou suas atividades com os kei jidosha, os carros "K", como se chamam por lá os minicarros. Se nas últimos décadas esse tipo de automóvel, com cilindrada limitada a 660 cm³ (saiba mais), vem fazendo sucesso pela praticidade, economia, pela menor incidência de impostos e por não exigir comprovação de garagem para que o governo permita sua aquisição (regra não mais aplicada, porém), há cerca de meio século eram os veículos perfeitos para ajudar o Japão a se recuperar da Segunda Guerra Mundial.

O diminuto N360: três metros de comprimento, dois cilindros e 31 cv a 8.500 rpm, rotação típica de motores de moto

Com a Honda não foi diferente. Estabelecida como fábrica de motos desde a década de 1940, iniciou a produção de automóveis com um pequeno roadster de 360 cm³, então o limite para os motores dessa categoria: o S360, em 1962 (leia história). Cinco anos depois, em março de 1967, o mesmo propulsor era aplicado ao N360, um dois-volumes de duas portas, quatro lugares, tração dianteira e estrutura monobloco. Muito compacto, media apenas dois metros de distância entre eixos, quase três de comprimento e 1,25 m de largura.

De linhas simples, os faróis circulares pareciam grandes olhos nos cantos da grade, enquanto as formas retilíneas da carroceria fazem lembrar carros europeus da época, incluindo o Fiat 127 (nosso 147). O modesto compartimento de bagagem tinha acesso por uma meia-porta, apenas na parte abaixo do vidro traseiro. Os retrovisores vinham bem avançados, nos pára-lamas dianteiros, como exigia a legislação japonesa (hoje apenas em utilitários).

A traseira, com uma pequena tampa do porta-malas e linhas simples; ao lado, o N360 Super Deluxe 1969

O N360 era pequeno também nas especificações: o motor tinha dois cilindros paralelos, 356 cm³, refrigeração a ar e potência de 31 cv a 8.500 rpm, com torque máximo de 3 m.kgf a 5.500 rpm — altas rotações, típicas de motocicletas. Já usava comando de válvulas no cabeçote, raro àquele tempo, e o câmbio possuía quatro marchas, com opção por um automático de três. Este, chamado HondaMatic, permitia atuação automática ou manual. Continua

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Data de publicação: 20/7/04

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