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Inovações à sueca

O modelo 99 trouxe novidades para a Saab e para o mundo, como
banco aquecido e um motor turbo ágil desde baixas rotações

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

A Svenska Aeroplan Aktiebolaget (Companhia Aeronáutica Sueca Ltda.), ou Saab, fundada para a construção de aviões, iniciou a fabricação de automóveis em 1949 (leia histórias dos modelos 92/96). Em 1964, ao se decidir pelo desenvolvimento de um novo carro, optou por uma solução curiosa: construiu quatro carrocerias do 96, ampliadas na largura e na distância entre eixos, para aplicar à plataforma e à mecânica daquele que se tornaria o Saab 99. Conhecidos como The Toads, os carros circulavam sem disfarces pelas estradas suecas e não chamavam atenção, a não ser de um jornal sueco.

Em novembro de 1967, em Estocolmo, era apresentada a novidade dessa marca sempre associada à inovação. Com três volumes e duas portas, seu estilo estava bem de acordo com as tendências da época, em que as formas angulosas tomavam o lugar das arredondadas em diversas marcas. Exibia frente e traseira baixas, ampla área de vidros, pára-brisa envolvente e grandes faróis. Media 4,35 metros de comprimento e 2,47 m entre eixos, com peso de 955 kg.

Se o estilo retilíneo era típico da época, a mecânica estava bem à frente: comando de válvulas no cabeçote, freios a disco nas quatro rodas, estrutura com deformação programada na frente e na traseira

Apesar da tradição de motores a dois tempos na empresa, o 99 nascia já com os de quatro tempos. Houve estudos para desenvolver um de 1,2 litro, mas o interesse da inglesa Triumph em projetar novos motores para seus carros levou a um entendimento entre ambas. Os propulsores de 1,5 e 1,7 litro britânicos seriam fornecidos aos suecos. Como a Triumph planejava um V8 com a soma de dois quatro-cilindros, o motor acabou inclinado em 45º.

Como era regra na Saab, havia peculiaridades técnicas e uma boa dose de tecnologia. O motor de 1.709 cm³ e quatro cilindros em linha tinha comando de válvulas no cabeçote, que era de alumínio, e desenvolvia 85 cv a 5.500 rpm, com torque máximo de 13,4 m.kgf a 3.000 rpm. Todos os freios eram a disco, com duplo circuito em diagonal, a um tempo em que os tambores eram comuns até na frente, e a tração era dianteira, como habitual na marca. O câmbio tinha quatro marchas e alavanca no assoalho; os pneus vinham na medida 155 - 15.

O interior do 99: painel e volante sóbrios, câmbio de quatro marchas com alavanca no assoalho e o primeiro banco do motorista com aquecimento no mundo

O coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,37 era surpreendente para o tempo – similar ao de nossos Monza e Escort lançados na década de 1980. Segurança já era uma grande preocupação para a empresa: frente e traseira contavam com zonas de deformação, para absorver a energia em colisões e preservar a cabine. Usava suspensões simples, independente à frente e de eixo rígido com barra Panhard na traseira.

A primeira evolução chegava em março de 1970: o 99 E, com injeção eletrônica Bosch no motor 1,7-litro, que passava a 95 cv, e câmbio automático. Um mês depois aparecia o modelo de quatro portas, o primeiro Saab nessa configuração. No ano seguinte a cilindrada subia para 1.854 cm³, com potência de 86 cv (com carburador) ou 95 cv (injeção), e o câmbio automático não mais equipava o motor menor. Continua

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Data de publicação: 24/8/04

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