Pequeno desbravador

Hoje com uma linha completa de modelos, a Mitsubishi começou a
vender os próprios carros de passeio em 1960 com o simpático 500

Texto: Fabiano Pereira – Fotos: divulgação

Vem de 1917 a experiência da Mitsubishi com automóveis, ano em que ela iniciou a produção do Modelo A sob licença da Fiat. Entretanto, a história dos carros de passeio da marca desenvolvidos por ela mesma é relativamente recente. Seu primeiro produto próprio desse segmento foi o 500, apresentado no Salão de Tóquio de 1959. O Mitsubishi A havia sido o primeiro carro produzido em série no Japão e, apesar da posterior tradição – tanto italiana quanto japonesa – de fabricar automóveis compactos, esse pioneiro tinha dimensões bem razoáveis.

Por várias décadas subseqüentes o foco da empresa foi utilitários e ônibus. A situação durou até quando surgiu o Programa do Carro Nacional do Ministério da Indústria e Comércio Internacional, no final dos anos 1950. O governo japonês propunha a construção em massa de "carros do povo", portanto baratos, para as famílias. Era a realidade japonesa naquele período – e também a melhor maneira de fomentar a produção local.

Dois esboços do projeto do 500, um deles em escala natural, e o inovador teste em túnel de vento

Mesmo que os veículos comerciais também tivessem sido a prioridade inicial de toda a indústria automobilística japonesa na recuperação do país no pós-guerra, a Mitsubishi ainda montou modestamente sob licença os americanos Henry J e Jeep, já nos anos 1950. Mas os primeiros anos da década seguinte foram muito prolíficos para os carros de passeio de fabricantes locais, que se prontificaram a atender a demanda do governo.

Com mais de 40 anos fabricando automóveis, a Mitsubishi Heavy-Industries decidiu encarar o desafio e participar do fenômeno. Embora esse nome da corporação só tivesse sido adotado a partir de 1934, havia muito a companhia fazia parte da indústria naval do país – precisamente desde 1870. O nome Mitsubishi Motors, divisão automobilística e independente da empresa como a conhecemos hoje, só surgiria um século mais tarde. E isso só aconteceu graças à nova fase inaugurada com o 500.

Pouco mais de três metros de comprimento, menos de meia tonelada, dois cilindros, 21 cv: um carro compacto e econômico como convinha ao Japão do pós-guerra

O fabricante não poupou esforços para criar um diminuto modelo genuinamente japonês em sintonia com o melhor da engenharia mundial. O 500 foi o primeiro automóvel nipônico a ter suas formas estudadas em túnel de vento, vantagem que se mostraria mais tarde nas pistas de corrida. O automóvel deveria levar quatro pessoas, embora suas dimensões não inspirassem qualquer conforto: 3,14 metros de comprimento, 2,06 de entreeixos, 1,39 m de largura e 1,38 m de altura. Pesava só 490 kg! Continua

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Data de publicação: 5/10/04

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