Um francês com dois nomes

Floride para uns, Caravelle para outros, esse modelo esporte
da Renault cativou muitos nas versões cupê e conversível

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

A estatal francesa Renault, desde sua fundação em 1899, sempre esteve presente com carros esportivos. Ora muito rápidos, ora só com propostas de carrocerias atraentes, esportivas, mas de desempenho modesto. Na década de 1950 seus principais produtos eram o Frégate e o Dauphine, lançado em 1956.

No ano seguinte o diretor de estudos e pesquisas Fernand Picard fazia um pedido ao estúdio italiano Ghia, propondo um conversível esportivo que aproveitasse a estrutura do Dauphine. Como tinha um contrato de exclusividade com a Volkswagen e com a Karmann, a empresa italiana passou então a encomenda para outro nome famoso do país, que fazia o mesmo trabalho: o concorrente Pietro Frua.

O Floride, ou Caravelle, nasceu da adaptação de um projeto do estúdio Frua para a mecânica Maserati

Este havia recebido um pedido de um concessionário português da Maserati para fazer um GT especial. Frua adaptou, em um tempo recorde, esse projeto à plataforma do Dauphine. No entanto, o protótipo era maior em 31 centímetros. Na época o presidente da empresa, Pierre Dreyfus, estava em viagem aos Estados Unidos, no estado sulista da Flórida.

No Salão de Genebra, na Suíça, em março de 1958, no estande da Frua era exibido um protótipo do Dauphine GT. Pouco depois era mostrado à imprensa em um dos mais famosos monumentos de Paris, o Ponts-Neufs — a ponte mais antiga da cidade, datada de 1607, situada perto da não menos famosa igreja de Notre Dame. Meses depois, no Salão de Paris, era oficializado o mais novo Renault: o Floride. Pequeno e com linhas modernas, com duas portas e versões conversível e cupê, media 4,26 metros e pesava 825 kg. Embora ideal para duas pessoas, levava mais duas crianças em casos de emergência. Um esportivo urbano e simpático.

Por dentro, dois lugares para adultos, dois para crianças e certa semelhança com o Dauphine, embora o esportivo fosse mais bem-equipado

A produção teve início em 1959. Agradou muito às mulheres e teve o apoio de uma das maiores beldades da época, Brigitte Bardot. Sua linhas eram bem fluidas. Na lateral, pouco antes do pára-lama traseiro, e no painel de trás havia grades para aeração do motor. Tinha um estilo típico dos conversíveis do final dos anos 50. Havia também a versão cupê com teto fixo. Para exportação, o nome do automóvel era Caravelle.

O motor traseiro longitudinal, de quatro cilindros em linha, tinha bloco em ferro fundido e cabeçote em alumínio. Era o propulsor Ventoux, refrigerado a água e com virabrequim apoiado em três mancais. Tinha 845 cm³ e potência de 35 cv a 5.000 rpm, alimentado por um carburador Solex. O câmbio tinha três marchas, sendo que a primeira não era sincronizada, mas sob pedido podia vir com quatro.  Continua

Carros do Passado - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 24/3/05

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados - Política de privacidade