O primogênito de Chapman

Pequeno, leve e aerodinâmico, o Elite foi o primeiro Lotus de
rua e mostrou o caminho que a marca inglesa seguiria

Um ícone das competições e construção de automóveis esporte, Anthony Colin Bruce Chapman fundou sua pequena empresa, a Lotus Cars Ltd., para fabricar carros esportivos depois de obter sucesso nas pistas com protótipos. O gênio trabalhava na empresa British Enginneering Company durante o dia e, durante a noite, cuidava de seus projetos pessoais. Desenvolvia um esportivo de estrutura inédita. Ao mesmo tempo o monoposto Lotus 12, com técnicas de arquitetura especiais, corria pelas pistas da velha Inglaterra.

Baseado nesta experiência, em outubro de 1957 tornava-se conhecido o modelo 14, conhecido como Lotus Elite. O pequeno esportivo, com carroceria de linhas curvas, tinha um excelente perfil aerodinâmico. O Cx, medido anos depois, era de apenas 0,29 — expressivo ainda hoje, meio século depois! A carroceria muito moderna era obra do então jovem Frank Costin, que já havia trabalhado para Colin e que também se tornaria muito famoso na concepção de motores.

O Elite tinha comprimento de 3,8 metros e pesava apenas 650 kg, devido à estrutura monobloco moldada em plástico reforçado com fibra-de-vidro. E tinha diversas peças pré-moldadas, que facilitavam muito a montagem do pequeno esportivo. Houve problemas de acabamento nos modelos de pré-série, até que a fabricante Bristol Aeroplane Company, com sua divisão de plásticos, assumisse a produção.

Na frente em cunha havia faróis circulares e, abaixo do estreito pára-choque, uma grade para refrigeração em formato oblongo. O cupê tinha bom ângulo de abertura de portas. Atrás, quatro pequenas lanternas também circulares. Para aproveitar o contorno aerodinâmico da carroceria, foram construídos vidros curvos nas laterais — mas não podiam ser abertos! Eram retirados e colocados no pequeno porta-malas, que já abrigava o estepe e assim perdia ainda mais espaço.

O motor dianteiro, em posição longitudinal, tinha quatro cilindros em linha e bloco fundido em alumínio. Era o famoso Coventry-Climax, com cilindrada de 1.216 cm³, potência de 75 cv a 6.100 rpm e torque máximo de 11,1 m.kgf. Era alimentado por um carburador da marca SU. O pequeno carro batia os 100 km/h em 12,4 segundos e chegava a 170 km/h, desempenho fantástico para a época e para sua potência. A caixa de câmbio, emprestada do MG, tinha quatro marchas, sendo que a primeira não era sincronizada. Continua

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Data de publicação: 26/4/05

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