A suspensão dianteira, independente com braços duplos triangulares, tinha barra estabilizadora. Atrás também era independente e contava com suportes projetados por Chapman e amortecedores que se apoiavam no pára-lama traseiro. Exigiam esforço e paciência na hora da troca. Mas o Elite era estável, leve de dirigir e saía de traseira no limite; no geral o comportamento era neutro. Usava pneus 155-15, Pirelli Cinturato e, como a maioria dos carros esportes ingleses na época, exibia belas rodas raiadas de cubo rápido. Os freios a disco na dianteira davam conta de parar bem o peso-pena da Lotus.

"Um quarto de óleo a cada 300 milhas": a propaganda do Elite não escondia as características que não agradavam tanto, mas procurava justificá-las

Em 1959 o modelo de turismo era modificado para se apresentar nas pistas. E fez muito bonito: foi campeão em sua classe em Le Mans. Na grande reta de Mulsanne foi medido a 226 km/h. Este motor, mais trabalhado, tinha perto de 120 cv. A média horária foi de 155 km/h. Um deles ficou em oitavo na classificação geral, nas mãos de Hobbs, e o outro, pilotado pelo jovem talentoso Jim Clark, foi o décimo. Na frente chegaram grandes como Aston Martin e Ferrari. O piloto escocês também tinha um exemplar na versão "civil", para ir da Inglaterra a sua terra natal. Conta-se que não ia devagar... Aproveitava as qualidades dinâmicas de seu Lotus. Nas pistas continuava o sucesso em autódromos como Nürburgring, na Alemanha, e Monza, na Itália. Também ficou famoso nos Estados Unidos.

No ano seguinte chegava a Série II do Elite. A potência passava a 85 cv, com a adição de um carburador SU de duplo corpo em substituição ao de corpo simples. E ganhava nova caixa ZF, bem melhor que a anterior. Vencia os 100 km/h em 11,5 segundos e chegava a 182 km/h. Estava mais afinado. Era também notável o ganho em acabamento, tanto externo quanto interno.

Em outro anúncio, o jovem "casa-se" com o carro, o que apenas 1.030 compradores fizeram durante os seis anos de produção

Por dentro o espaço para dois adultos era um tanto limitado, já que as portas eram curvas. Sem forros, havia mais espaço para o "piloto" trabalhar com os braços. À frente do volante, com três raios de alumínio e aro de madeira, o pequeno painel abrigava cinco mostradores bem posicionados — conta-giros, velocímetro, voltímetro, manômetro de óleo e indicador de combustível. Ficava charmoso também com duas cores na carroceria. Normalmente a capota branca combinava com a outra cor do restante.

Em 1961 começava a ser vendido em kit para ser montado. Isso tornava-o mais acessível. Pela limitada produção, o pequeno esportivo não era barato: custava quase o mesmo que o compatriota Jaguar E-type. Concorriam com ele também, em termos de desempenho, o italiano Alfa Romeo Giulietta, o inglês Triumph TR3, o francês Alpine A108 e o alemão Porsche 356.

Campeão em sua classe na 24 Horas de Le Mans de 1959, o Elite fez bonito também nas ruas, até ser substituído pelo conversível Elan

Suas linhas inspiraram vários esportivos ingleses e italianos. Em 1963 era encerrada sua produção, após 1.030 unidades produzidas. Deixou saudades e seu sucessor foi o Elan. O Elite é hoje presença constante em corridas nas categorias em que concorrem veículos antigos de competição. O nome Elite foi usado para outro modelo da casa em 1974, mas era um carro totalmente diferente.

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