O
Bentley usava freios a tambor nas quatro rodas, acionados por cabos, e
um volante de bom tamanho que não era leve. Dirigir esse carro
necessitava certa experiência, e não só pelos pedais. Para colocar o
motor em ação era necessário colocar a chave do primeiro magneto na
posição ligada, depois a do segundo, então o dínamo, mais a bomba de
gasolina e, por fim, apoiar o dedo num botão preto no meio do painel.
Então o motor ganhava vida, emitindo um som forte e disposto. Além
disso, a frente longa era de impor respeito. O pára-brisa retangular
podia ser rebaixado e a capota de lona cobria todo o habitáculo, mas
era comum dirigi-lo só com os bancos de trás cobertos, apesar do frio.
Seus concorrentes na época vinham de marcas renomadas como
Bugatti, Isotta-Fraschini,
Mercedes-Benz e Rolls-Royce. Este Bentley, porém, não fez bonito em Le
Mans: os dois modelos que competiram em 1930 não terminaram a prova,
embora um deles tenha batido o recorde de volta mais rápida. Em
contrapartida, tirou o segundo lugar no Grande Prêmio da França no
mesmo ano, nas mãos do milionário Henry Birkin, e ganhou a 500 Milhas
de Brooklands em 1929. O 4.5 Litre teve 662 unidades fabricadas do
primeiro modelo, seis da versão de corridas e 55 com motor dotado de
compressor, encerrando-se em 1931. Com problemas financeiros, a
Bentley Motors foi incorporada à Rolls-Royce nesse ano. Mas algumas
unidades do belo 4,5-litros sobreviveram e participam de provas
importantes de carros antigos em toda a Europa. Sempre que chega é
muito festejado. Um marco na história da casa britânica.
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