Simplicidade ao ar livre

Pequeno e sem luxo, o Panhard Dyna Junior representou os
franceses em uma época áurea dos roadsters britânicos

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Após a Segunda Guerra Mundial, em especial no princípio dos anos 1950, a felicidade voltou à Europa. Era tempo de resgatar a boa vida do passado e aproveitar a paz. Era tempo de passear de carro e aproveitar o sol e o vento. Nessa época os roadsters, conversíveis esportivos de dois lugares, estavam surgindo em todo o continente, sobretudo na Inglaterra. De lá vinham Triumph TR2 e TR3, MG e Jaguar XK. Na França, a antiga fábrica fundada no século 19 por René Panhard e Émile Levassor, a sociedade Panhard & Levassor, continuava a surpreender o público com carros nada convencionais nas linhas da carroceria.

O modelo Dyna, lançado logo após o conflito, era rápido, robusto e confiável. Um diminuto sedã familiar de linhas não muito simpáticas, mas que agradou pelas qualidades. A partir dele foi lançado, em 1951, um conversível de concepção muito simples, mas bastante simpático. Seu preço era muito acessível se comparado à concorrência, e o desenho, atraente. Agradava a qualquer pessoa de espírito jovem e esportivo, não importava a idade.

Da sugestão da Fergus surgiu o primeiro protótipo, feito pela Di Rosa: as linhas estranhas e a extrema simplicidade não agradaram ao importador americano

E foi do outro lado do Atlântico, nos Estados Unidos, que a idéia foi lançada. A empresa Fergus Motors, situada em Nova York, era o importador oficial da Panhard e sugeriu à empresa que lançasse um conversível popular, para ser vendido aos jovens estudantes americanos. O patrão da marca francesa, Paul Panhard, gostou muito da idéia e encomendou os estudos da carroceria à empresa Di Rosa, renomada por seus trabalhos em carrocerias de ônibus.

Os primeiros protótipos tinham linhas muito simples, só uma porta para o motorista e acabamento rústico. Não agradou aos americanos, mas sim ao chefe, que queria que o pequeno conversível seduzisse também a França e toda a Europa. Tinha formas muito curvas e um aspecto meio esquisito, um pouco desproporcional. Interessante era que o pára-brisa podia ser retirado. Sua grade oblonga abrigava as luzes de direção e logo acima vinham faróis circulares.

Na versão definitiva do Junior as formas eram bem mais harmoniosas e havia porta para o passageiro; perceba no alto a opção de remover o pára-brisa

Foram então construídos mais dois protótipos, sendo um cupê e outro conversível, com severas modificações nas linhas. E alguns acordos na Europa começaram a ser fechados. Houve então mais modificações no estilo do pequeno. A porta para o passageiro era bem-vinda, a carroceria foi alargada e alongada e, para melhor identificação, ganhava a grade do sedã Dyna. Apresentado no Salão de Paris em 1951, o modelo definitivo do Panhard Dyna Junior agradou muito. Foram então encomendados 500 exemplares. Continua

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Data de publicação: 22/11/05

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