A situação econômica ainda não permitia nada além disso, mas a empresa teve de optar por uma injeção de ânimo: empregar um novo motor, que era rebatizado de 502. Seu lançamento foi em 1954, no Salão de Genebra. Visualmente o carro era o mesmo, mas propulsor passava a ser um V8 de 2,6 litros, o primeiro da marca com bloco e cabeçote de alumínio, também com comando de válvulas no bloco. Os 2.581 cm3 (74 x 75 mm) rendiam 95 cv, quase 50% mais potência que o velho seis-cilindros. Assim o 502 podia atingir 165 km/h, o que para a época era muito atraente para um sedã, e acelerar de 0 a 100 em 17,5 segundos. Além disso ganhava nova caixa de câmbio, deslocada para trás de modo a melhor distribuir o peso entre os eixos, um elemento de que a marca nunca se descuidou.

Traseira volumosa e arredondada, pára-lamas alongados, portas traseiras invertidas: elementos de estilo dos "anjos" alemães

Como antes, o grande sedã usava chassi separado da carroceria, suspensão dianteira independente com braços sobrepostos e traseira de eixo rígido, com barras de torção nos dois eixos, e câmbio manual de quatro marchas. Já os pneus ficavam mais largos, com a medida 6,40-15 no lugar de 5,50-16. Com a necessidade de oferecer mais produtos sem investir muito, a BMW ampliou a gama de versões. Agora havia cupê, conversível de duas ou quatro portas e sedã. Com eles, a empresa buscava conquistar terreno e competir com a Mercedes-Benz, que ofertava desde o modelo médio Ponton até o sofisticado 300 "Adenauer".

Vendo que o país e a economia estavam caminhando com menos dificuldade a BMW resolveu aprimorar seu modelo, dando-lhe mais sofisticação e desempenho. Em 1955 o V8 passava a 3,2 litros (3.169 cm3, 82 x 75 mm) no 502 Super. O antes tímido "anjo" agora tinha potência de 140 cv a 4.800 rpm, torque de 22,6 m.kgf a 2.500 rpm e um desempenho superior ao de todos os carros de sua categoria. O 501 era mantido na versão de seis cilindros, agora com 2,1 litros, e também oferecia o V8 2,6. Com isso, a marca tinha três opções de cilindrada na linha e, somadas aos quatro tipos de carroceria, podia atender a gostos bastantes variados. Além disso, o 502 atravessou o Atlântico e passou a ser vendido nos Estados Unidos. Também serviu à força policial alemã como viatura de patrulha.

Os motores V8 de 2,6 e 3,2 litros, com até 160 cv, davam inédito vigor ao 502, que além do sedã oferecia versões cupê (ao lado) e conversível

Em 1959 a BMW passava a oferecer freios a disco dianteiros com servoassistência como opcional para o Super, recurso que teve boa aceitação e se tornou item de série no ano seguinte. Em 1961 o 501 deixava de ser produzido e os modelos eram renomeados 2600, 2600 L, 3200 L e 3200 S, conforme a cilindrada e o padrão de acabamento. O último oferecia nada menos que 160 cv, levava-o a 180 km/h e de 0 a 100 em 14 segundos. Era líder em desempenho entre os sedãs alemães da época e um dos quatro-portas mais velozes do mundo.

No entanto, apesar de ter sanado sua maior deficiência com o passar do tempo, os "Anjos Barrocos" já estavam mais do que defasados. O desenho antigo ficava claro ao se comparar aos modelos americanos, que já exibiam suntuosos "rabos-de-peixe" e um perfil mais baixo e alongado. Em 1964 a série deixava de ser produzida.

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