Em 1975, pouco após o primeiro susto com o preço da gasolina, ele chegava ao mercado, anunciado como the first wide small car (o primeiro carro pequeno e largo). De fato, na frente havia mais espaço transversal que em um Chevrolet Chevelle, mas atrás sentavam-se apenas duas pessoas, o que limitava o aproveitamento de tal largura. A versão básica tinha banco dianteiro inteiriço e câmbio de três marchas com alavanca na coluna de direção, mas a lista de opcionais era bem extensa. O acabamento D/L adicionava itens de conforto, como bancos individuais reclináveis, e o X, um aspecto esportivo.

O pacote X trazia itens esportivos de acabamento, mas o desempenho decepcionava com os motores de 3,8 e 4,2 litros de menos de 100 cv

O painel era muito simples, mas um pacote de desempenho incluía molas mais firmes, estabilizador dianteiro, alavanca de câmbio no assoalho e mais instrumentos, como conta-giros e manômetro de óleo. Também eram oferecidos ar-condicionado, direção assistida, rádio e controle elétrico dos vidros e travas. E o câmbio manual podia ter sistema overdrive, que adicionava uma marcha apenas, ou ser trocado por um automático Chrysler de três marchas.

O motor de seis cilindros tinha versões de 232 pol³ (3,8 litros) e 258 pol³ (4,2 litros), ambas com comando de válvulas no bloco, carburação simples e ignição eletrônica. Em busca de economia e baixas emissões, o primeiro fornecia a modesta potência de 90 cv e torque máximo de 22,5 m.kgf, e o segundo, 95 cv e 27 m.kgf — ainda pouco para o peso elevado do carro. Largo e com muitos vidros, um Pacer X acusava na balança no mínimo 1.360 kg, algo como 230 kg a mais que um Vega e comparável a um sedã Mercedes-Benz W123, bem maior e mais luxuoso. O teste da revista americana Road & Track, com uma versão 4,2 de câmbio automático, indicou velocidade máxima de 142 km/h e aceleração de 0 a 96 km/h em 15,8 segundos.

O painel simples e a alavanca de câmbio na coluna podiam mudar com opcionais, que incluíam caixa automática e suspensão mais firme

As suspensões eram convencionais: a dianteira independente com braços sobrepostos e molas helicoidais, montada em um subchassi, e a traseira com eixo rígido e feixes de molas semi-elíticas. A direção usava caixa de pinhão e cremalheira, antes só usada nos EUA pelo Ford Pinto, e em vez dos freios a tambor podiam vir discos à frente. Os pneus básicos, 6,95-14, também podiam dar lugar a radiais DR70-14 em rodas de alumínio.

Seu primeiro ano parecia promissor, com 145 mil unidades vendidas. Contribuiu o fato de ainda haver poucas opções na categoria, sendo várias delas importadas. Mas o impulso logo se perdeu e a procura despencou. Entre as críticas ao Pacer estavam a escassez de espaço para bagagem, inerente a um carro tão menor que o padrão do país, e o desempenho insuficiente. A empresa bem que tentou sanar as deficiências. Em 1976 lançava a versão 4.2 High Output (alto rendimento), com carburador de corpo duplo, 120 cv e 29,2 m.kgf; e no ano seguinte, a perua Pacer Wagon, com estilo mais convencional e espaço adicional para a carga.

Na perua Pacer Wagon o estilo da traseira era mais convencional; apesar da estréia do motor V8 de 5,0 litros, em 1978, o carro durou só mais dois anos

Na linha 1978 estreava um V8 de 5,0 litros, 125 cv e 30,6 m.kgf, tão volumoso que exigira um capô diferente. A solução tipicamente americana (onde mais um carro compacto usaria algo desse porte?) resolvia de vez a falta de desempenho, mas ao preço de um alto consumo — às vésperas de outra crise do petróleo. Só 3.500 foram vendidos dessa versão, mesmo com a adição de itens de conveniência na linha 1979, como controlador de velocidade e revestimento dos bancos em couro. Sem êxito, a AMC não conseguiu sequer dobrar o número de 1975 até o fim de sua produção: em 1980, a contagem se encerrava em 280 mil exemplares.

O Pacer não durou muito, mas se tornou um símbolo dos anos 70, o que o leva a aparecer em filmes e seriados de TV com freqüência. Dos modelos limusine e conversível da comédia Wayne's World (1992) ao "Burgermobile" do filme Good Burger (1997), tem sido uma presença comum sempre que se busca recordar aquela década em que a indústria americana estava um tanto perdida quanto ao modo de fazer carros compactos.

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