No modelo militar o estepe ficava sobre o capô, mas no civil aparecia atrás dos bancos dianteiros. O painel, simples mas correto, trazia velocímetro e marcadores de pressão de óleo, nível de combustível e temperatura de água. Não tinha luxo nenhum e os mostradores eram afixados diretamente na chapa. Havia ainda uma pequena bandeja, que podia servir para apoio de mapas. O grande volante tinha três raios e era adequado à proposta, assim como os bancos dianteiros muito simples, de material rústico e rebatíveis para melhorar o acesso à parte de trás. Perpendicular a eles havia mais dois bem rústicos, para abrigar mais quatro passageiros. Piquenique completo para a família saborear com vinho Chianti e espaguete.

A versão civil alojava o estepe dentro da cabine, que acomodava quatro pessoas sem conforto; nem janelas havia na parte traseira da capota de lona

O motor, baseado no do sedã 1900, era um quatro-cilindros em linha com cilindrada de 1.884 cm³, cabeçote de alumínio, câmaras de combustão hemisféricas e duplo comando de válvulas, como era costume da casa de Milão. Com prioridade para as baixas rotações, a potência ficava em modestos 64 cv a 4.400 rpm e o torque máximo era de 12,5 m.kgf a 2.500 rpm. Era alimentado por um carburador Solex de corpo simples e a taxa de compressão fora reduzida de 7,5:1 a 7:1, para uso de gasolina de baixa octanagem. A lubrificação por cárter seco permitia uma montagem mais baixa no chassi, com benefício ao centro de gravidade.

Ao contrário da maioria dos carros da marca, sua caixa tinha quatro marchas e reduzida — e a primeira não era sincronizada. Com relações muito curtas, a última levava o bravo a honrosos 105 km/h. Com tração integral temporária, a dianteira podia ser acionada a partir de uma pequena alavanca ao lado da de câmbio. Em 4x4, o jipe fazia bonito. Na época do lançamento as demonstrações incluíram escadas íngremes de acesso a monumentos históricos, como a Basílica de Assis, e escaladas em montanhas dos Alpes, no norte da Itália.

Usado em diferentes aplicações, o Matta usava um motor sofisticado, de 1,9 litro e duplo comando, que fornecia 64 cv

Era muito disposto para exercer funções pesadas em terrenos severos. A suspensão dianteira tinha rodas independentes, quadriláteros transversais e barras de torção longitudinais. Atrás, um eixo rígido e robustos feixes de molas semi-elíticas. Segundo a fábrica, podia passar por valas de até 70 cm. Usava pneus Pirelli na medida 6,40-16 e quatro freios a tambor.

Um de seus concorrentes na Itália era o Fiat Campagnola, com o motor do sedã 1400. Mais barato e econômico e de manutenção simples, acabou tendo a prioridade do governo italiano. Parte interessante da história do Matta foi a participação em 1952 na famosa prova Mille Miglia. Só naquele ano havia uma categoria para veículos militares. Dois Mattas concorreram com dois Campagnolas. Um dos Alfas chegou em primeiro, conseguindo uma ótima média de 92 km/h.

A tração integral era temporária e, sem uso da reduzida, podia-se chegar a 105 km/h; a suspensão dianteira já era independente

Foram produzidos 2.059 exemplares, até 1955, deste raro e autêntico Alfa Romeo que levou o cuore sportivo para longe do asfalto. A maioria foi para o Ministério da Defesa, mas também para a aeronáutica, marinha e os Ministérios dos Transportes e da Agricultura. Só 116 Mattas foram parar nas mãos de particulares. Hoje são peças muito raras.

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