Em busca das altas rodas

O Volvo 140 teve uma versão de seis cilindros, a 164,
para competir com outros modelos europeus de prestígio

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

No final da década de 1950 a Volvo, empresa sueca que produziu seu primeiro automóvel em 1927, planejava fabricar um modelo com motor V8. Um protótipo de codinome P358 foi construído, com linhas frontais inspiradas nas do modelo P1900, mas os estudos apontaram que a demanda seria insuficiente para justificar o investimento, o que levou ao cancelamento do projeto.

Muito do desenho daquele protótipo, porém, reaparecia em 1968 no Volvo 164. Opção superior à linha 140, da qual era derivado, ele não tinha oito cilindros — que só viriam em 2004 com o utilitário esporte XC 90 —, mas seis. Ainda assim, representava o modelo de topo da marca em um segmento onde concorriam o francês Citroën DS, os alemães Mercedes-Benz 280 E, BMW 2800 e 525 (este lançado em 1973) e os ingleses Rover 3500 P6, Jaguar XJ6 e Triumph 2500 PI.

Com faróis auxiliares ou grades em seu lugar, o aspecto frontal do 164 chamava a
atenção, tomado pela enorme grade em desacordo com as linhas discretas da carroceria

O estilo formulado por Jan Wilsgaard não era capaz de agradar a todos: as formas retilíneas e discretas, habituais da marca, estavam associadas a uma grade dianteira enorme e de gosto discutível, com frisos verticais e a barra diagonal que ostentava o emblema da Volvo. Ao lado dela ficavam quatro faróis circulares (principais e auxiliares) de tamanhos diferentes, em linha diagonal, embora algumas versões tivessem grades no lugar dos auxiliares. A carroceria era idêntica à do 140 do pára-brisa para trás, com três volumes bem definidos e ampla área envidraçada, mas a frente foi alongada em cerca de 15 centímetros para acomodar o motor mais comprido.

O interior, semelhante ao do 140, ganhava em sofisticação e conforto. Vinha de série com revestimento dos bancos em couro, vidros verdes, encostos de cabeça dianteiros e cintos de segurança retráteis na frente, dentro da habitual preocupação da Volvo com a proteção dos ocupantes. A assistência de direção era opcional de início, mas se tornaria de série em 1971 diante das críticas a seu peso em manobras. O painel tradicional trazia velocímetro em escala horizontal, comum na época, e os quatro raios do volante formavam visualmente um "X".

Nos primeiros modelos, painel retilíneo com velocímetro horizontal e volante em "X", que mudariam mais tarde; os bancos de couro eram de série

O motor do 164 era o chamado B30, com seis cilindros em linha e 3,0 litros (exatos 2.978 cm³), derivado do B20 de quatro cilindros e 2,0 litros de outros Volvos. Com dois carburadores Zenith Stromberg e comando de válvulas no bloco, desenvolvia potência de 130 cv a 5.000 rpm e torque máximo de 21 m.kgf a 2.500 rpm, que traziam um desempenho adequado. Continua

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Data de publicação: 29/8/06

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