Ar fresco e aerodinâmica

Pioneirismo na ventilação interna e fluidez de formas foram
destaques do Nash Ambassador, produzido dos anos 30 aos 50

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Charles W. Nash, nomeado presidente da General Motors quatro anos antes, deixou em 1916 a grande empresa após desentender-se com seu proprietário, William C. Durant. Adquiriu então a Thomas B. Jeffery Company, em Kenosha, no estado de Wisconsin, para montar seu próprio negócio: a marca americana Nash. Muito da fama que a empresa de Charles ganharia relaciona-se ao trabalho do engenheiro Nils Erik Wahlberg, um dos pioneiros no uso de túnel de vento para desenvolvimento de aerodinâmica. Embora a empresa tenha se concentrado na produção de automóveis de preço médio, nunca deixou de aplicar inovações técnicas.

Foi em 1927 que apareceu pela primeira vez o nome Ambassador (embaixador em inglês) na linha Nash. Era apenas uma versão de acabamento para o modelo Advanced Six, com motor de seis cilindros, que adicionava luxo e conforto e fazia dele o carro mais caro da marca. Sua condição de topo de linha, porém, perdia-se dois anos mais tarde com o lançamento de uma limusine de nove lugares, produzida só até 1931. O acabamento Ambassador era transferido em 1930 para o modelo Twin Ignition Eight, de oito cilindros, cada um com duas velas de ignição.

A primeira geração do Ambassador, em 1934: quatro opções de carroceria, três de entreeixos, motor de oito cilindros em linha e 5,3 litros

A emancipação acontecia em 1932. Pertencente à linha Advanced Eight, o Ambassador assumia o caráter de modelo próprio e logo se tornaria uma família composta de cupê, sedã, limusine e conversível. Montados sobre chassis com distância entre eixos de 3,37 ou 3,60 metros (3,12 m no caso do conversível), tinham inovações como um ajuste da suspensão no painel. O motor de oito cilindros em linha e 322 pol³ (5,3 litros) trazia as válvulas no cabeçote e gerava a potência bruta (padrão neste artigo) de 125 cv. O público reconheceu seus atributos de conforto, desempenho e qualidade de construção, a ponto de apelidá-lo de "Duesenberg de Kenosha". A grande aceitação permitiu que a Nash e a GM fossem as únicas marcas a obter lucro naquele ano.

Uma revisão de estratégia era aplicada à linha 1936. Com novo estilo, o Ambassador agora podia vir também com motor de seis cilindros, mas a oferta de carrocerias limitava-se a sedã, cupê e um conversível de duas portas. No ano seguinte ocorria uma mudança de rumos na empresa: seu fundador escolhia como sucessor o executivo George W. Mason, da Kelvinator Corporation, então a líder americana na produção de geladeiras.

O desenho adotado em 1936 era bem mais arredondado, embora ainda com faróis "pendurados"; dois anos depois a Nash lançava um sistema de ventilação e aquecimento

Mason impôs a Nash a condição de que este adquirisse o controle acionário da Kelvinator, o que foi aceito, dando origem à Nash Kelvinator Corporation em janeiro daquele ano. Começava assim mais uma boa fase para a fábrica de automóveis. Em 1938, aproveitando o conhecimento técnico da produção de geladeiras, a Nash lançava o primeiro sistema de ventilação e aquecimento para veículos. No mesmo ano adotava um câmbio com mudanças acionadas a vácuo. Continua

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Data de publicação: 19/9/06

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