Contribuiu para seu êxito, é verdade, a escassez de concorrentes. O Alfa Matta, único adversário local, era bem mais caro e não durou muito tempo. A francesa Hotchkiss e a espanhola Ebro produziam o Jeep americano, sob licença, e a britânica Land Rover havia iniciado a fabricação de seu utilitário em 1949. Na Alemanha, só em 1955 seriam lançados os jipes Goliath e DKW Munga.

Os bancos traseiros montados junto às laterais tornavam muito versátil o Campagnola, capaz de rebocar três toneladas e de servir a variados fins na zona rural

Foi nesse ano, 1955, que o Campagnola recebeu as primeiras alterações na série designada como A, na versão civil, ou AR-55 na militar. A novidade mais aguardada era o motor a diesel de 1.900 cm³, com 43 cv a 3.200 rpm, introduzido dois anos antes no pequeno picape 615 N e que logo seria estendido ao sedã 1400. Permitia uma velocidade máxima ao redor de 90 km/h, com baixo consumo e grande robustez.

A versão a gasolina estava mais potente, com 63 cv a 4.000 rpm, que o levavam a bons 116 km/h. Sistema elétrico aprimorado, maior capacidade de carga e, na versão para a polícia, pneus maiores (6,50-16) eram outras mudanças. Em 1960 chegava outra evolução, chamada de modelo B ou AR-59. O motor a diesel passava a render 47 cv a 3.800 rpm. Curiosamente, a versão a gasolina permaneceu como modelo A.

De início com capota de lona, depois também com teto rígido e até nove lugares, o Campagnola II veio modernizar a oferta da Fiat no segmento em 1974

A última novidade do Campagnola de primeira geração, em 1968, centrou-se mais uma vez no motor a diesel. O modelo C trocava a defasada unidade por uma mais atual de 1.895 cm³, com os mesmos 47 cv e torque de 10,4 m.kgf, lançada no utilitário leve Fiat 241 TN. O sistema elétrico era de 24 volts e o peso do jipe estava ao redor de 1.350 kg. Assim ele prosseguiu até 1973, quando a Fiat encerrou sua produção, após 31.293 unidades a gasolina e 7.783 a diesel. Sua história, porém, não terminava por ali.

Em 1974 estreava o Campagnola II, um jipe mais atual, com linhas simpáticas e menos brutas que as do antecessor. Ainda retilíneo, trazia os pára-lamas dianteiros integrados à carroceria, que estava mais larga e baixa. A única versão de início era dotada de capota de lona e sete lugares, sendo três nos bancos dianteiros (o do motorista em separado) e dois em cada um dos bancos traseiros, que eram montados nas laterais, no sentido longitudinal do veículo. Dois anos depois chegavam o teto rígido e a opção de nove lugares, em que o maior entreeixos permitia levar três pessoas em cada banco traseiro.

Suspensão traseira independente, direção assistida e novos motores (2,0 a gasolina, 2,0 e 2,5 a diesel) faziam da segunda geração um jipe mais próximo de um automóvel

Sua mecânica era coerente aos novos tempos: suspensão independente nas quatro rodas (dianteira com molas helicoidais, traseira com barras de torção), direção assistida para a versão a diesel, câmbio de cinco marchas. O motor a gasolina, similar ao de automóveis da marca, tinha 1.995 cm³, 80 cv e 15,5 m.kgf, o que permitia máxima de 120 km/h. O diesel vinha só em 1979, também com 2,0 litros e 60 cv. Com desempenho modesto, em dois anos era substituído por um de 2,5 litros e 72 cv, capaz de atingir 115 km/h.

O segundo Campagnola também teve sua versão militar, a AR-76, assim chamada pois o fornecimento começou em 1976. Usava o motor a gasolina e pneus maiores que os do civil. Esta geração concorreu com utilitários mais atuais, como o soviético Lada Niva (de 1977 em diante), e com outros de mecânica antiga, como o Volkswagen 181/Thing. Embora tenha se mantido em linha até 1987, o pequeno jipe deixou de receber atenção da fábrica, que não investiu em novas evoluções.

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