Um breve e modesto vôo

A Studebaker antecipou-se às "três grandes" com
o Lark, um compacto que não teve vida longa

Quando se fala em carros americanos, hoje, vêm à mente as três grandes e soberanas fábricas General Motors, Ford e Chrysler. Mas nos anos 50 os brasileiros conheciam outros fabricantes de automóveis. Falava-se de Nash, Hudson e de outras marcas que não existem mais. E uma que conheceu prestigio foi a Studebaker. Modelos como o Commander e o avançado Champion tinham boa reputação. Não estavam entre os mais vendidos, aqui ou nos Estados Unidos, mas eram lembrados com entusiasmo por muitos, em especial o belo cupê lançado em 1953.

No fim daquela década o fabricante, que já passava por dificuldades econômicas, ousaria mais uma vez. Numa época de carros cada vez maiores, o construtor de South Bend, no estado americano de Indiana, seria um dos pioneiros na fabricação de um modelo compacto, popular e acessível, que daria um sopro de ar fresco à companhia.

O modelo Lark era lançado em 1959. O nome se refere a um passarinho, uma cotovia, que era muito comum na América do Norte. O compacto — para os padrões locais, é claro — media 4,77 metros de comprimento, 1,81 m de largura, 1,41 m de altura e 2,76 m de distância entre eixos; pesava 1.415 kg. A propaganda em 1959 falava em "your new dimensions", ou seja, suas novas dimensões. Eram medidas modestas perto de carros como o Chevrolet Bel Air, o Ford Fairlane ou o Plymouth Fury. Não concorria na classe deles: era oferecido a outro público e, o mais interessante, agradaria muito ao feminino.

Eram oferecidos quatro tipos de carroceria: sedã de quatro portas, sedã hardtop de duas portas sem coluna central, um atraente conversível e uma perua de duas portas. Havia o acabamento mais simples, básico, e o mais luxuoso Regal. As linhas eram bem curvas e seguiam um estilo controvertido, que não agradava a todos. Na frente o destaque era a grade em forma de trapézio invertido, com frisos horizontais, que lembrava o irmão famoso Hawk. Sem grandes adornos havia dois faróis circulares e, ao lado deles, pequenas entradas de ar retangulares. Pouco acima destas, um fino friso ia do capô à parte inferior do porta-malas, seguindo por toda a lateral. Visto de trás era simples, com lanternas oblongas e bocal do tanque quadrado à direita da placa de licença.

Por dentro mostrava-se simples: volante de dois raios, painel bem-acabado dentro de uma caixa cromada oblonga, no centro um rádio e, de frente para o passageiro, o alto-falante. Levava cinco pessoas com conforto e os bancos dianteiros, nas versões cupê e conversível, tinham encosto reclinável. Neste último a capota de lona era facilmente manejada. Continua

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Data de publicação: 20/3/07

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