Se
o Jaguar tinha uma mecânica sofisticada, com um motor de seis
cilindros e outro de doze, o carro de De Tomaso usava um propulsor
de produção em série pouco sofisticado, mas potente e robusto: o
Ford "Cleveland" (assim chamado pelo local de produção, no estado
americano de Ohio) com oito cilindros em “V”, também montado no
esportivo Pantera. Com cilindrada de 5.763 cm³ e alimentado por um
carburador de corpo quádruplo, gerava a potência de 300 cv a 5.400
rpm e o torque máximo de 45 m.kgf a 3.400 rpm (valores
brutos).
Usava tração traseira e a caixa Ford Cruise-o-Matic — era o primeiro
De Tomaso com motor dianteiro e câmbio automático — com opção pela
manual de cinco marchas, sempre com alavanca no console. A suspensão
era independente nas quatro rodas, com molas helicoidais. Na
traseira eram adotadas quatro molas e quatro amortecedores, como no
XJ. E, também como no britânico, os dois tanques de combustível
ficavam nos pára-lamas traseiros, um de cada lado, totalizando 110
litros.
Suas qualidades dinâmicas eram muito boas. Bastante estável, mesmo
em piso molhado, usava pneus 215/70 R 15 e freios a disco ventilado.
A velocidade máxima de 232 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h em
7,2 segundos mostravam-se números muito bons considerando o peso do
carro. Seus concorrentes em 1980 eram o
BMW 745i, o Mercedes-Benz 500
SE, o próprio Jaguar XJ12 e o Maserati Quattroporte, todos com preço
mais baixo que o do Deauville.
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