Mesmo para carros desse nível de sofisticação — ou em especial nesses casos —, a evolução do projeto seria inevitável. Em 1924 surgia o Tipo 8A, com a capacidade cúbica elevada para 7.372 cm³, mesmo tamanho aproximado do propulsor de seu concorrente inglês Rolls-Royce Phantom. O oito-cilindros liberava agora 110 cv a 2.400 rpm. Se alguém ainda achasse pouco, a Isotta Fraschini oferecia as versões Spinto e Super Spinto, batizadas para criar uma associação às corridas. Proporcionavam acelerações vigorosas com seus 140 cv a 2.600 rpm, além de ter entreeixos menor de 2,79 metros, contra 3,05 m da versão original. |
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Também de 1929 e feito pela Castagna, este 8A Spinto Roadster usava o propulsor de 7,4 litros em versão mais potente, com 140 cv |
Há
quem garanta que o oito-em-linha da Isotta Fraschini funcionava de
modo mais suave que o seis-cilindros da Rolls-Royce e que seus
freios eram bem superiores. Essa era a provável razão de os carros
da marca custarem o dobro dos lendários modelos ingleses. Conta-se
também que Tipo 8 Spinto incomodou tanto a Hispano-Suiza, que esta
se viu forçada a criar algo ainda mais surpreendente com seus
modelos V12. Carrocerias construídas ao gosto do cliente também
contribuíam para a mítica do Tipo 8, mas só no fim dos anos 20 o
estilo começou a ganhar alguma importância. Com base neste aspecto
era difícil distinguir um Tipo 8 de um Tipo 8A ou mesmo um Tipo 8B. |
A Castagna foi talvez a mais renomada, mas outras empresas construíram carrocerias para a Isotta, como Farina, Garavini e Sala |
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As
carrocerias especiais vinham de empresas cujos nomes eram
verdadeiras grifes, tão importantes quanto a marca Isotta Fraschini.
Alguns dos maiores mestres italianos desse segmento criaram seus
Tipos 8, como Castagna
(considerado o
Rafael dessa especialidade, em alusão ao mestre da pintura e da
arquitetura da Renascença), Farina, Garavini e
Sala. Este último costumava pintar seus carros com duas cores, ao
estilo saia-e-blusa. Entretanto, o desenho de automóveis ainda
engatinhava e, ao longo dos anos 30, começaria a criar uma
identidade mais forte para cada fabricante. Mesmo sofisticados, os
Isottas eram reconhecidos com mais facilidade por seu logotipo que
por suas linhas. |
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Vítima da Grande Depressão, a Isotta tentou voltar ao mercado após a Segunda Guerra, com o 8C Monterosa dotado de motor V8 traseiro |
A
crise dos anos 30 levaria embora os carros de marca italiana, mas o
nome Isotta Fraschini sobrevive até hoje com motores náuticos e
aeronáuticos. Algumas tentativas de resgatar a atuação no mercado
automotivo ocorreram ao longo dos anos. Já no fim dos anos 30 houve
o projeto de um modelo com motor seis-cilindros de 3,0 litros e
desenhado pela Merosi, que não vingou. Depois da guerra, em 1947,
foi apresentado o 8C Monterosa para seis passageiros e com uma
estranha configuração: um V8 traseiro de 3,4 litros. Só quatro deles
foram feitos até 1949, com desenhos de Zagato, Rapi, Touring e
Boneschi. |
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