O início de uma linhagem

Com projeto da Chevrolet e motor de seis cilindros, o
48-215 ou FX foi o primeiro carro da australiana Holden

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Os australianos James Alexander Holden e Henry Adolf Frost associaram-se em 1885, na empresa Holden and Frost, para fazer acabamentos e equipamentos para carruagens em Adelaide, no sul daquele país-continente. Em 1917, já com o filho de James (Edward Wheewall Holden) no comando, surgia a Holden's Motor Body Builders Ltd., que fazia carrocerias para aplicação sobre chassis importados de diferentes marcas, sobretudo americanas, como Dodge, Durant, Overland e Chevrolet.

O negócio havia se tornado promissor com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pois o governo australiano impedira a importação de veículos completos. Os representantes de marcas estrangeiras tiveram de buscar fabricantes locais para "vestir" os chassis que vinham de fora. Em 1924 a Holden assumia a exclusividade dessa tarefa para a General Motors, oferecendo 65 opções de carroceria. Com a Grande Depressão causada pela queda da bolsa em 1929, a corporação americana pôde assumir em 1931 a empresa australiana, formando a General Motors-Holden's Ltd.

As linhas arredondadas do FX, com pára-lamas destacados e capô alto, seguiam o padrão americano do fim da década de 1940

Ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o governo local tomou medidas para estimular a criação de fábricas nacionais de automóveis. A GM e a Ford responderam com propostas e três anos mais tarde, em novembro de 1948, era apresentado o primeiro carro australiano: o Holden 48-215, que se tornaria conhecido pela designação não oficial FX.

Era um sedã de médio porte, com 4,37 metros de comprimento, 1,70 m de largura, 1,56 m de altura e 2,61 m de distância entre eixos. Com estrutura monobloco, que a Holden chamava de Aerobilt para criar uma alusão à construção dos aviões, pesava pouco: 1.010 kg. Seu desenho vinha dos Estados Unidos: era um projeto para a divisão Chevrolet da mesma GM, que o havia descartado ao considerar suas dimensões insuficientes para aquele mercado.

A construção monobloco, ainda incomum à época, contribuía para o baixo peso de uma tonelada; o motor de 2,2 litros fornecia 60 cv e o levava a 130 km/h

O estilo seguia os padrões americanos da época, com capô e porta-malas bem mais altos que os pára-lamas (estes destacados da carroceria), ampla grade dianteira com frisos verticais, linha de cintura alta e formas arredondadas. Os cromados estavam em boa medida nos pára-choques, calotas e detalhes como a divisão central do pára-brisa. No interior, os bancos inteiriços levavam cinco pessoas com conforto ou mesmo seis. Continua

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Data de publicação: 29/5/07

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