Para o campo e as colônias

O utilitário Renault Colorale teve diversas versões
e esbanjou versatilidade, mas não fez sucesso

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

O Jeep americano ficou muito conhecido dos europeus nos tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial. Até então era fabricado pela Willys e pela Ford. Fez sucesso por causa de sua polivalência — era robusto e passava em qualquer lugar. Não oferecia conforto e nos tempos de frio e chuva não protegia muito, mas foi um veículo que inspirou muitas indústrias do Velho Continente. Todos queriam fazer algo parecido.

No anos 50, a francesa Régie Nationale des Usines Renault contava com uma linha envelhecida e queria produtos diversificados. Em 1946 havia apresentado o 4CV, que fazia bonita carreira e tinha uma versão mais rústica denominada Commerciale. O pequeno Juvaquatre continuava em produção e oferecia uma versão furgão, a Fourgonette, para cargas leves. A linha ainda contava com furgões maiores, com capacidade entre 1.000 e 1.400 kg, muito antiquados e derivados do Vivaquatre, um modelo dos anos 30. Mas serviam bem a agricultores e a pequenos comerciantes.

Embora lembrasse as grandes peruas feitas à época nos Estados Unidos, a Colorale Prairie -- sua versão de passageiros -- era mais compacta, com 4,3 metros de comprimento

O presidente da empresa, Pierre Lefaucheux, desejava fabricar um veículo que fosse um meio-termo entre automóvel e furgão. Inspirou-se um pouco na Willys Station Wagon, a equivalente americana de nossa Rural, lançada em 1946 nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano começava o estudo de um veículo misto, que fosse robusto e simples, e em outubro de 1950 a Renault apresentava o novo modelo Colorale. Na época a França tinha ainda algumas colônias na África: Marrocos, Tunísia e Guiné. Daí vinha à primeira parte do nome (colo), e em francês rural é rurale, a segunda parte do nome dado ao simpático veículo, que serviria para a família metropolitana e também para as do interior.

Três modelos estavam disponíveis. A Prairie era uma perua com três janelas laterais e quatro portas, sendo que as traseiras tinham abertura para trás, "suicida", o que facilitava muito o acesso a bordo. Graças às duas portas basculantes atrás, o embarque de bagagens também era facilitado. Era a proposta de versão urbana. Media 4,38 metros de comprimento, 1,82 m de largura e 2,66 m de distância entre eixos, portanto bem mais compacta que os similares americanos.

A versão Savane era um furgão comercial, com porta traseira de abertura lateral e a área dos vidros substituída por lonas ou chapa

Derivada desta havia uma versão mais simples, especial para táxi. Tinha um teto solar traseiro e um vidro que separava a cabine do motorista do espaço para os passageiros. Com ela a empresa visava sobretudo ao mercado africano. O terceiro modelo, chamado Savane, era um furgão com duas portas e a parte traseira fechada por chapas ou por lonas no lugar dos vidros. Para acesso à carga podia ter duas portas, uma abrindo para cima e outra para baixo, ou uma só articulada no lado direito. E vinha na cor amarela, para combinar com as paisagens tropicais. Continua

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Data de publicação: 4/9/07

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