Para a grande família

Antes dos utilitários esporte e minivans, a Oldsmobile
fazia sucesso com a enorme perua Custom Cruiser

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Décadas atrás, quando furgões eram veículos de carga e peruas fora-de-estrada serviam apenas para fazendeiros — antes, portanto, da consagração das minivans e dos utilitários esporte, nesta ordem —, as grandes peruas derivadas de sedãs eram os carros oficiais das famílias americanas. Muito espaçosas para passageiros e bagagem, dotadas de motores V8 com torque de sobra e tração traseira, elas pareciam insubstituíveis nas viagens familiares pelas auto-estradas dos Estados Unidos.

E um desses modelos foi a Custom Cruiser da Oldsmobile, a centenária marca de automóveis fundada em 1897, por Ransom E. Olds, e integrada à General Motors 11 anos mais tarde. A primeira geração da Cruiser foi lançada em 1971 com base na plataforma C da GM, também usada à época no Oldsmobile 98, no Buick Electra e no Cadillac Calais. Imensa, media cerca de 5,80 metros de comprimento e 3,22 m de distância entre eixos. Era a primeira grande perua da Olds desde 1963.

A primeira geração da Custom Cruiser, de 1972 a 1976: quase seis metros de espaço e conforto, três bancos inteiriços, motor V8 de 7,45 litros

Seu estilo era típico dos americanos daquele tempo, com linhas retas combinadas a algumas curvas, capô longo, pára-choques robustos e cromados, pára-brisa envolvente. As duas grades quadradas eram ladeadas por dois faróis circulares de cada lado. A linha de base das janelas subia na parte final das portas traseiras, acompanhada pelo perfil do teto, de modo que o compartimento de bagagem ficava evidenciado quando era vista de lado. Um acabamento que simulava madeira podia vir aplicado às laterais. Destaque era a quinta porta com acionamento elétrico, em que a parte inferior se embutia no assoalho do porta-malas e o vidro traseiro movia-se para junto do teto.

Havia opção entre seis e nove lugares — obtidos com um terceiro banco, que era inteiriço como os demais —, esta a configuração preferida pela maioria dos compradores por vários anos. No modelo inicial havia um só motor disponível, o Rocket V8 de bloco grande e 455 pol³ (7,45 litros) da corporação, com comando de válvulas no bloco, lançado com tal cilindrada em 1968. A versão com carburador de corpo duplo desenvolvia a potência de 185 cv e o torque máximo de 49,1 m.kgf (já valores líquidos), e a de corpo quádruplo, 225 cv e 49,8 m.kgf.

A segunda geração ficava 25 cm mais curta e 500 kg mais leve, mas levava oito pessoas e mantinha a simulação de madeira opcional nas laterais

Pode parecer muito, mas o peso acima de 2.200 kg e a grande capacidade de carga tornavam todo esse torque apenas suficiente para viagens tranqüilas e prazerosas. O câmbio automático Turbo-HydraMatic de três marchas era equipamento padrão. Já na linha 1972 a GM providenciava um aumento de potência e torque (para 250 cv e 51,2 m.kgf) no motor com carburador quádruplo, que se tornava o único. Nova injeção de ânimo vinha para 1974, em que passava a 275 cv e 54,7 m.kgf.

A crise do petróleo deflagrada no ano anterior, porém, exigia que até os maiores carros americanos tivessem o consumo reduzido. Havia outra razão para isso: a instituição do CAFE, programa de economia de combustível do governo federal, que viria impor limites de consumo médio por fabricante. Assim, a Cruiser 1975 passava a dispor de um V8 menor, o de 400 pol³ (6,6 litros) da divisão Pontiac, com 190 cv e 48,5 m.kgf, em opção ao 455. Contudo, o público não aprovou a redução e o modelo do ano seguinte voltou a usar só o V8 maior. Continua

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Data de publicação: 6/11/07

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