Para 1977 a Oldsmobile reformulava a Custom Cruiser, agora baseada na plataforma B da GM, usada por vários sedãs, cupês e também peruas na corporação — entre elas as Chevrolets Caprice e Impala, a Buick Estate e as Pontiacs Bonneville e Catalina Safari. Eram tempos de reduzir o tamanho dos automóveis, o chamado downsizing, que a plataforma B seguia ao perder cerca de 25 centímetros em comprimento. Na Cruiser essa diminuição significava ficar com "apenas" 5,60 m de comprimento, 2,03 m de largura, 1,49 m de altura e 2,94 m entre eixos... Estava também cerca de 500 kg mais leve.

O estilo mais retilíneo seguia o padrão do período, com pára-brisa menos envolvente, quatro faróis retangulares e a eliminação da ascendência nas linhas das janelas e do teto. A tampa traseira elétrica era descartada em favor de uma mais simples, de três partes, mas permanecia a opção de laterais com imitação de madeira e, no interior, havia espaço suficiente para oito pessoas.

Se os motores de 5,75 e 6,6 litros eram menos potentes, o pior estava por vir: o V8 a diesel de apenas 120 cv, problemático e insuficiente para a pesada perua

Percebia-se a procura de relativa economia também sob o capô: o motor básico era o Oldsmobile V8 de 350 pol³ (5,75 litros, mas bem diferente do Chevrolet de mesma cilindrada) com carburador quádruplo, 170 cv e 38,1 m.kgf. Quem desejasse algo maior podia solicitar o V8 de 403 pol³ (6,6 litros) e bloco pequeno, também da Olds, com 185 cv, 44,3 m.kgf e o mesmo tipo de carburação. Se para alguns a mudança incomodou, as coisas ainda ficariam bem piores: em 1978 chegava a opção do fraco e problemático Oldsmobile V8 a diesel de 350 pol³, que fornecia pífios 120 cv e 30,4 m.kgf para todo o peso da perua.

Dois anos depois, ao lado do diesel estava um V8 menor a gasolina, o Olds de 307 pol³ (5,0 litros), amplamente usado pelas várias divisões da GM, com carburador quádruplo, 150 cv e 33,8 m.kgf. Era preciso atender a novos padrões do CAFE e reduzir o consumo do precioso petróleo, cuja segunda crise assustara a indústria em 1979. Até o já combalido diesel perdia potência, agora 105 cv e 28,4 m.kgf. Nesse ano a Custom Cruiser recebia frente remodelada e mais baixa e, apenas no estado da Califórnia, carburador com controle eletrônico.

Com frente mais baixa, adotada em 1980, a carroceria de 1977 permaneceu até o modelo 1990, quando a Cruiser era o único Oldsmobile com tração traseira

Produzida até 1990, essa segunda geração teve poucas evoluções: carburador eletrônico em todos os estados e câmbio automático de quatro marchas (1981), mudanças para maior torque em baixa rotação e melhor eficiência no motor 307 (1985). Em seu último ano, a perua era o único Oldsmobile com tração traseira, mas já não desfrutava grande aceitação. As minivans e os utilitários esporte conquistavam mais e mais adeptos, algo a que a própria divisão viria aderir nos anos seguintes com os modelos Silhouette e Bravada (variação do Chevrolet Blazer), nesta ordem.

Uma tentativa de reerguer a perua foi feita com a terceira geração, de vida curta, lançada para 1991 como clone da Chevrolet Caprice e da Buick Roadmaster Estate. As linhas vinham suavemente arredondadas, com ampla área envidraçada, pára-choques envolventes em plástico e faróis retangulares com lente única em cada lado. O "degrau" no teto estava de volta, mas não a simulação de madeira nas laterais, que — ironicamente — podia equipar a versão da Buick. O comprimento reduzia-se para 5,52 m e a altura aumentava para 1,53 m, sem alterações em largura e entreeixos.

Mais arredondada e com a volta do desnível no teto, a terceira geração teve vendas modestas e vida breve: apenas dois anos-modelo

No lugar do Olds 307, outro motor de 5,0 litros estava a bordo da Custom Cruiser: o 305 de bloco pequeno da Chevrolet, com injeção eletrônica monoponto, 170 cv e 35,1 m.kgf. O câmbio automático de quatro marchas era padrão. O último ano-modelo, 1992, trouxe a alternativa do Chevrolet 350 com 180 cv e 41,8 m.kgf. Sem identidade visual ou mesmo um motor da própria Oldsmobile, essa geração somou em dois anos 12 mil unidades — a perua sempre vendeu mais de 16 mil por ano entre 1972 e 1987, tendo chegado ao pico de quase 39 mil exemplares em 1973.

Ao sair de produção, a Cruiser acompanhava as antigas concorrentes. A Chrysler havia abandonado o segmento já em 1977, a Pontiac Safari acabou em 1989 e a Ford, que produzia a Country Squire e a Mercury Colony Park, renovava sua linha 1992 sem oferecer grandes peruas. Só a Caprice e a Roadmaster sobreviveriam até 1996, ano da extinção de uma espécie que só renasceria em 2005 com a Dodge Magnum.

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