Triste despedida

A tradição da Talbot, nas ruas e nas pistas, teve
seu último capítulo com o elegante esportivo T14

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Muitas empresas famosas do mundo automobilístico, nascidas no século XIX ou no XX, deixaram de existir após algumas décadas de brilhante atuação. Fazem parte deste triste contexto a Delahaye, a Delage, a Mathis, a Excelsior e, mais recentemente, a Oldsmobile. Outras marcas renasceram como a Maybach, a Bugatti e a Talbot.

No caso desta última, tudo começou com Adolphe Clément, que desde a juventude se interessava muito por mecânica. Começou fabricando triciclos e em 1896 se associou à Gladiator e à filial francesa da inglesa Humber. Antes da virada do século já fabricava pequenos carros, com motores Panhard, e os exportava para a Inglaterra com o nome de Clément-Stirling.

O sucesso não demorou a chegar. Em 1901 fabricava carros com motores de dois e quatro cilindros. Um ano depois, o Conde de Shrewsbury e Talbot, presidente do Sindicato Britânico de Automóveis Comerciais, que já importava os carros de Clément, se tornou associado a ele, criando a Clément-Talbot Ltd. Enquanto isso, na França Adolphe Clément desfez a sociedade com a Gladiator e com a Humber e passou a chamar seus carros de Clément-Bayard. O nome Bayard era homenagem a um francês que havia defendido uma região da França contra o Conde de Nassau. Na Inglaterra era usado o mesmo nome.

O Talbot-Lago T150, ou "Teardrop", símbolo de beleza em suas linhas fluidas na década de 1930

Outro nome francês fazia sucesso na fabricação de triciclos e quadriciclos e também nas competições: Alexandre Darracq. Em 1913, porém, Darracq vendeu suas instalações para um grupo inglês, que passou a controlar a Talbot, e a nova denominação passava a ser Clément-Talbot-Darracq Ltd. Já Adolphe Clément vendeu suas instalações para André Citroën. Do outro lado do Canal da Mancha, o grupo inglês tinha participação na Sunbeam e pouco depois foi criado o grupo STD Motor Ltd., sigla para Sunbeam-Talbot-Darracq.

A salada de nomes não parou. Um engenheiro italiano, Antony Lago, tinha a representação da Isotta-Fraschini em terras inglesas. Esses carros eram muito exclusivos e caros. Não demorou e ele estava representando uma empresa que fornecia caixa de câmbio para a Talbot. Pouco depois, Lago assumia um alto cargo no grupo STD. Quando, em 1933, os patrões da STD decidiram fechar a fábrica francesa Talbot, entrava em cena Antony Lago, que obteve ajuda financeira e deu novos ares à marca em território francês.

Lago amava as competições e inscreveu vários modelos em provas reputadas da Europa. Modelos famosos como o Talbot-Lago T150 fizeram história no automobilismo mundial, nas ruas de cidades ou nas pistas. Em 1950 os Talbots tiraram o primeiro e o segundo lugar na 24 Horas de Le Mans. Carros de turismo muito sofisticados e caros foram outra especialidade da marca. Continua

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Data de publicação: 11/3/08

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