Por dentro era luxuoso e confortável para duas pessoas. A maioria
dos modelos saía de fábrica com direção do lado direito — era moda e
mais chique, mesmo em países com circulação por esse lado. O volante
tinha quatro raios metálicos e desenho esportivo e o painel era
completo e muito bem-acabado. A alavanca de câmbio, posicionada num
pequeno console no assoalho, tinha ótima pega.
O motor de quatro cilindros em linha, com cilindrada de 2.491 cm³,
tinha comando de válvulas no bloco,
cabeçote em liga leve e câmaras de
combustão hemisféricas. Alimentado por dois carburadores
Zenith-Stromberg, fornecia potência de 120 cv a 5.000 rpm e torque
máximo de 20 m.kgf a 2.200 rpm. Com isso, o carro de 1.000 kg fazia
de 0 a 100 km/h em 13 segundos e atingia velocidade final de 175
km/h. Era equipado com caixa Pont-a-Mousson de quatro marchas e
tração traseira. A suspensão dianteira era independente com braços
triangulares e feixe de molas lateral, e a traseira, por eixo rígido
com molas semi-elípticas. Usava freios a tambor e mostrava muito boa
estabilidade, mas se exigido a fundo o motor tendia ao
superaquecimento.
Em 1957, em plena crise financeira da Talbot, o belo T14 recebia um
compacto motor com oito cilindros em “V” e 2.476 cm³, também de
comando no bloco, de origem da alemã BMW. Com dois carburadores,
conseguia 138 cv a 6.000 rpm. Antony Lago visava ao mercado
americano, mas somente 11 exemplares foram exportados. Com a nova
configuração o carro passou a ser chamado de Lago America. Era um
modelo muito caro: custava 10% mais que um Jaguar XK 140.
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