
O vidro traseiro ao contrário do
Mark G, como no Ford Anglia, mostrava que a Bond buscava semelhança com
os automóveis de quatro rodas


O 875 em versões furgão e Mark
II: linhas mais atuais e motor de quatro cilindros e 39 cv em um
conjunto que não repetiu o sucesso do Minicar


"Algo novo sob o sol": o Bond
Bug e suas formas criativas, com uma carenagem que dava acesso ao
interior; o motor era de 700 ou 750 cm3 |
Mais
vendida do Minicar, a série D foi produzida até 1959, época em que a
Bond já oferecia o Mark F. Antes deste houve ainda o E, lançado em
janeiro de 1958, que adotava carroceria toda nova. Grade oval e maior,
laterais planas e pára-lamas integrados ao conjunto estavam entre as
novidades. A estrutura monobloco dava lugar a um chassi de aço sobre o
qual era montada a carroceria de alumínio — na contramão de muitos
fabricantes, que adotavam o monobloco a essa época.
Apesar de permitir portas convencionais sem prejuízo da rigidez
estrutural, a nova construção o deixava mais pesado, um problema por ser
mantido o motor do anterior. O interior estava mais largo, a ponto de
levar três pessoas lado a lado, e ainda havia opção de teto rígido. No
mesmo ano, em novembro, aparecia o Mark F em três versões: sedã,
conversível Tourer (ambos de três lugares) e Family Saloon, com dois
lugares mais dois bancos infantis. O motor Villiers passava a deslocar
246 cm³, com potência suficiente para 90 km/h. E, com teto rígido e
laterais traseiras fechadas, era elaborado o furgão de dois lugares
Ranger.
A última série do Minicar, Mark G, se parecia cada vez mais com os
carros de quatro rodas da época, a não ser pelos pára-lamas dianteiros
fechados e a roda dianteira única. Rodas maiores (10 pol), janelas
descendentes e espaço para dois adultos atrás contribuíam para essa
impressão. O motor de 246 cm³ estava aperfeiçoado, os freios adotavam
comando hidráulico e a suspensão traseira era nova. O sedã 250 G adotava
vidro traseiro inclinado ao contrário, como no Ford
Anglia inglês de 1959.
Três anos depois surgia a perua Estate, com terceira porta abrindo-se
para cima, vidro em posição normal, maior volume de bagagem e banco
traseiro rebatível. O furgão Commercial seguia seu formato, mas o Ranger
continuava na série F. Para 1963, em resposta ao lançamento do Reliant
Regal com motor de 598 cm³, a Sharp's melhorava o desempenho do Minicar
com o motor Villiers de dois cilindros e 249 cm³. No ano seguinte
chegava o conversível Tourer.
O interesse do mercado por veículos de três rodas havia diminuído desde
que o governo reduziu impostos sobre os de quatro rodas, em 1962, mas a
Sharp's não desistiu da categoria. Enquanto a linha Minicar caminhava
para o fim — seria produzida até 1966, com total de cerca de 26.500
unidades —, a empresa apresentava em agosto de 1965 o Bond 875, de
concepção bastante diversa. O motor agora era traseiro, do grupo Roots
(usado no Hillman Imp) e todo de alumínio, com
quatro cilindros a quatro tempos, 875 cm³,
comando de válvulas no cabeçote e 39 cv. Levava-o a 130 km/h.
As versões Saloon (sedã), GT e furgão tiveram a produção adiada por
problemas de resistência e peso excessivo, acabando por chegar às ruas
só em junho de 1966. Para conter o peso e o custo, a Sharp's adotou
janelas de plástico, portas sem forro interno e bancos muito simples, o
que comprometeu o conforto e levou a muitas críticas. O motor que
superaquecia contribuiu para a má fama. Em 1968 o Saloon Mark II trazia
mudanças estéticas, como faróis retangulares e falsa grade dianteira,
que não ajudaram a elevar as vendas. No ano seguinte o 875 saía de linha
após 3.400 unidades.
Em 1970 a Bond, absorvida pela Reliant, tinha sua fábrica fechada. Era o
fim para seus modelos convencionais, mas não para a marca: em Tamworth,
Staffordshire, sede da Reliant, começava em junho desse ano a produção
do interessante Bond Bug (inseto), veículo de lazer com três rodas, dois
lugares e uma única porta, que compreendia pára-brisa, parte do capô e
do teto. A versão 700 ES adicionava rodas de alumínio, interior mais
elaborado e volante esportivo. A cor laranja era a única disponível,
embora seis carros tenham sido pintados de branco para uma propaganda da
Rothmans.
Desenhado por Tom Karen, da Ogle Design, o Bug usava o chassi do Reliant
Regal e motor da mesma marca, de quatro cilindros, 700 cm³ e 29 cv, em
posição dianteira. O câmbio era de quatro marchas, as rodas mediam 10
pol e, como o peso ficava em 620 kg, o pequeno motor garantia notável
agilidade. Era divertido de dirigir — e de ver. Em 1973 o motor passava
a 750 cm³. Só 2.270 deles foram produzidos até 1974, ano em que a marca
Bond desaparecia do mercado, mas o "inseto" britânico ainda tem
apreciadores.
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