A primeira geração, de 1957, e a
segunda de 1960: inspiração nos EUA
Sedã, cupê e furgão: versões do
terceiro Corona, exportado com êxito
Na quarta geração (também no
alto da página), linhas mais esportivas |
A
produção de automóveis da Toyota começou em 1936 com o modelo
AA, uma cópia do desenho do Chrysler Airflow com
motor baseado num da Chevrolet. Após a Segunda Guerra Mundial, sua
evolução AC foi o primeiro carro japonês a voltar ao mercado.
Seguiram-se novos projetos como o pequeno Toyopet SA com motor de 1,0
litro, em 1947; o Super RHN de 1,5 litro, em 1953; e o grande sedã Crown,
dois anos depois. Entre estes, porém, havia espaço para um modelo médio
de quatro portas, lacuna preenchida em 1957 pelo pioneiro de uma longa
dinastia sob o nome Corona (coroa em latim, o mesmo que Crown significa
em inglês).
Compacto para os padrões de hoje, o Corona T10 media 3,91 metros de
comprimento e 2,40 m entre eixos e pesava 960 kg. Suas linhas lembravam
os carros americanos da época em escala, com formas simples e
arredondadas. Além do sedã, podia vir como perua de três portas ou
furgão (T16). O motor de quatro cilindros em linha e 1,0 litro com
comando de válvulas no bloco, fornecia
potência de 33 cv e torque de 6,5 m.kgf, enviados a um câmbio manual de
três marchas e então às rodas traseiras. Para uso como táxi, as
concessionárias reduziam a potência de modo a atender à limitação da
lei. Em 1959 um novo motor trazia 45 cv e 7 m.kgf, o bastante para
alcançar 105 km/h.
A segunda geração (T20/T30), chamada de Tiara no mercado interno,
chegava já em 1960 com importante missão: a de ser o carro-chefe da
Toyota nos Estados Unidos, onde o Crown não vinha sendo bem-aceito. Com
3,99 m e o mesmo entreeixos do anterior, mantinha as opções de
carroceria e acrescentava a do picape. O desenho inspirava-se mais uma
vez nos americanos, com discretas aletas nos pára-lamas. Ao motor de 1,0
litro foi adicionado, um ano depois, o de 1,5 litro usado no Crown e em
1964 uma unidade de 1,9 litro, com desempenho muito bom para a classe.
Um câmbio automático de apenas duas marchas, o Toyoglide — derivado do
Powerglide da General Motors —, era medida importante para conquistar os
americanos. A suspensão tornava-se mais confortável, mas a perda em
resistência a condições severas de uso levou a um rápido retorno ao
padrão anterior.
Também em 1964 aparecia o terceiro Corona (T40/T50), que deu grande
impulso às exportações da Toyota. Suas linhas retas e a frente
inclinada, com quatro faróis circulares e ampla grade, tornaram-se
conhecidas nos EUA e em outros mercados. A linha ganhava versões cupê
hardtop (primeiro do gênero no Japão),
hatch de cinco portas e um segundo picape com cabine alongada; o
comprimento era de 4,12 m no sedã com entreeixos de 2,42 m. Por dentro,
bancos inteiriços, velocímetro com escala horizontal e grande volante
com aro de buzina deixavam os americanos em ambiente familiar.
Já o motor era compacto para os padrões deles, com 1,5 litro, 74 cv e
11,8 m.kgf, o suficiente para chegar a 145 km/h com câmbio manual de
quatro marchas — com o automático de três eram 140 km/h. No Japão eram
oferecidos também o 1,2 de 55 cv e o 1,35 de 65 cv. A versão S 1600, de
1965, trazia carburador de corpo duplo para passar a 90 cv, freios
dianteiros a disco, bancos individuais reclináveis e conta-giros. O
modelo de 1,9 litro reaparecia em 1968 com o nome Mark II — que logo
ganharia plataforma própria, separando-se da linha Corona. No mesmo ano
eram adotados motores 1,6 com comando no
cabeçote e 85 ou 100 cv, conforme usasse um ou dois carburadores.
O aspecto da nova década era adotado em 1970 na quarta geração, de
código T80 para sedã e perua e T90 para o cupê hardtop, sem mais as
opções de picape e furgão. Mais longo (4,40 m) e com entreeixos de 2,50
m, o Corona estava imponente, com moldura escura em torno de toda a
frente, janelas sem quebra-ventos, vidros laterais traseiros ao estilo
BMW e perfil mais baixo e esportivo. O peso já chegava a 1.200 kg e
cinco versões de motores foram usadas, com 1,5, 1,6, 1,7, 1,9 e 2,0
litros — esta no 2000 SR hardtop. Foi nessa fase que o modelo ganhou
impulso com a crise do petróleo de 1973, que motivou os americanos a
aderir aos econômicos carros japoneses.
O quinto Corona (T100/T120) estreava em 1974 com desenho sóbrio, algo
parecido com o do anterior, embora a frente destacasse os quatro faróis
em relação à grade. A perua agora tinha cinco portas e podia vir com
apliques laterais com simulação de madeira no mercado americano.
Instrumentos circulares, volante de três raios e — em versões como o
cupê — bancos dianteiros individuais com encostos de cabeça davam ar
mais atual ao interior. O sedã já media 4,25 m de ponta a ponta e 2,50 m
entre eixos. Freios a disco dianteiros eram de série.
Continua
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