O pequeno 600/750 e o médio
1100, modelos da Fiat feitos pela Zastava
O Fiat 128 deu origem ao 101
iugoslavo, que continua em linha até hoje |
Em
meados da década de 1980, nos Estados Unidos, um desconhecido carro
pequeno de linhas retas passou a aparecer nas revistas com um
pretensioso anúncio. Com o mote "Introduzindo a mesma velha idéia",
posava ao lado do Volkswagen Beetle
— nosso Fusca — e do Ford
Modelo T, dois símbolos da popularização do automóvel no século
passado. Abaixo da foto, o atrativo preço do carrinho, US$ 3.990, e seu
nome: Yugo.
Seu fabricante, a Zastava Automobiles, tem origem no Vojno-Tehnicki
Zavod, Instituto Técnico do Exército, uma fábrica de armamentos na
antiga Iugoslávia fundada em 1853. Na década de 1930 passou a produzir
caminhões sob licença da Ford, para o exército iugoslavo, e depois da
Segunda Guerra Mundial foi renomeada Zavodi Crvena Zastava, Fábrica da
Bandeira Vermelha. Em seu centenário, em 1953, iniciava a produção
licenciada do Jeep Willys e no ano seguinte a de automóveis sob
autorização da Fiat — os modelos 1100 B, 1400 e o
jipe Campagnola.
Os Fiats da Zastava tiveram papel fundamental no transporte pessoal dos
iugoslavos. Sobretudo o pequeno 600 (depois chamado de 750 em alusão à
nova cilindrada do motor), com quase um milhão de unidades feitas no
país de 1955 a 1985, que representou para eles o mesmo que o
Mini para os ingleses ou o
Citroën 2CV para os franceses. Nos
anos 60, carros maiores da marca italiana ganharam espaço na fábrica,
como o 1100, a linha 1300/1500 e o
125, cujos kits eram enviados para
montagem na FSO polonesa.
Na década seguinte estreava o Zastava 101, pequeno sedã de tração
dianteira derivado do Fiat 128 e que contou com
versão hatchback, exportada até para a Itália para venda sob a marca
Innocenti. E os iugoslavos apresentavam um modelo próprio, ainda que
projetado com auxílio da Fiat. Em vez de Zastava 102 como era previsto,
o novo pequeno chegava ao mercado local em 1981 com o nome Yugo 45.
Com semelhanças visuais ao Fiat 127 (que deu
origem ao 147 brasileiro) e ao Autobianchi A112,
o Yugo mantinha parte da mecânica do 101 e mostrava linhas simples e
corretas. Com traços retos, a carroceria de dois volumes e três portas
usava pára-choques de plástico, faróis retangulares recuados em suas
molduras e grande área envidraçada. Media 3,52 metros de comprimento,
1,54 m de largura, 1,39 m de altura e 2,15 m de distância entre eixos e
pesava em média 800 kg.
Em posição transversal e com tração dianteira, três motores de origem
Fiat eram oferecidos: de 903 cm³ com comando
de válvulas no bloco e potência de 45 cv, de 1.116 cm³ com
comando no cabeçote e 56 cv e de 1.298
cm³, também com comando no cabeçote, capaz de 64 cv — todos alimentados
com carburador. O restante da mecânica era adequado a seu tempo, com
câmbio de quatro marchas para o motor menor e cinco para os demais,
suspensão independente McPherson à frente e atrás, freios dianteiros a
disco e traseiros a tambor.
Continua
|