

O cupê inicial dava lugar em
1974 ao modelo X, de linhas esportivas


Esta versão do Matador X, com
acabamento mais jovial (em cima o de 1974, embaixo o de 1977), já não
oferecia o mais potente motor V8 401

Junto do cupê a AMC apresentava
uma nova frente para o quatro-portas |
O
mais desejável e potente era o 401. Com 6.571 cm³ e 330 cv, vinha com
carburador de corpo quádruplo. Podia ter caixa manual de quatro marchas,
com alavanca no assoalho, ou automática no console ou na coluna; vinha
ainda com duplo escapamento. Fazia de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos e sua
final era de 210 km/h, muito boa para a época. Os freios tinham duplo
circuito e os dianteiros eram a disco. Sua suspensão era clássica,
independente na dianteira com molas helicoidais e de eixo rígido na
traseira. Como a maioria dos carros deste porte, em alta velocidade
soltava a traseira. O cupê e a perua eram equipados com pneus F78-14 ou
H78- 14, que podiam vir com faixa branca. Se equipado com o motor 401,
os pneus vinham na medida E80-15.
Numa concorrência para o exigente Departamento de Polícia de Los
Angeles, na Califórnia, o AMC Matador venceu. Entre os anos de 1972 e
1974, serviram à corporação 534 unidades. Também nas pistas ele fez
sucesso: o modelo fastback fazia bonito nas mãos de Mark Donahue e Donny
Allison, com preparação aos cuidados da famosa e competente equipe de
Roger Penske, que sempre atuou em várias categorias tradicionais no
país. Chegava perto das 200 milhas por hora, cerca de 320 km/h, em
circuitos ovais. Seus principais concorrentes nas pistas eram o
Chevrolet Monte Carlo da GM, o Ford Torino, o Mercury Montego e o famoso
Dodge Charger azul de Richard
Petty. Em 1973 venceu em Riverside, no estado da Califórnia. Com o motor
de 360 pol³ modificado para render 515 cv, fez uma volta de
classificação em Daytona, na Flórida, a 278,4 km/h. Tinha vocação para
as corridas.
Os três modelos eram fabricados também no México, na capital, pela VAM (Vehículos
Automotores Mexicanos) e na Austrália, em Port Melbourne, pela AMI (Australian
Motor Industries) com algumas modificações e levando a marca Rambler. Em
1974 toda a linha recebia retoques, mas o destaque ficava por conta do
lançamento do Matador cupê X, que substituía a versão de duas portas
derivada do sedã. A empresa ousava novamente com um cupê diferente de
tudo o que podia ser visto na América. Não chegava a ser bizarro, mas
estava dentro do padrão do Gremlin e do
Pacer.
Como o Javelin havia deixado de ser
produzido, este era o esportivo principal da linha — o
Hornet era destinado a outro público. Sua linhas
eram curvas, com frente grande, capô pronunciado, faróis circulares
inseridos neste e grade com frisos horizontais. Os vidros laterais não
tinham calhas. Atrás recebia lanternas circulares. O desenho era obra do
vice-presidente de departamento de estilo da empresa, Richard A. Teague,
e recebeu sugestões de Mark Donahue. Media 5,32 m de comprimento e
pesava 1.845 kg.
O cupê oferecia várias versões de acabamento. A esportiva vinha em cores
normalmente berrantes, com uma faixa lateral branca e rodas de alumínio
com desenho atraente. Por dentro, bancos esportivos imitando os de tipo
concha, console central e volante de três raios metálicos. A opção
luxuosa, denominada Brougham, recebia teto de vinil, cores discretas e
acabamento com bancos sofisticados. Os motores disponíveis eram os
mesmos, ou seja, os dois de seis cilindros e o V8 360. Por causa da
crise de petróleo, que nocauteou todos os cupês musculosos americanos, o
motor 401 não estava mais em produção.
Se no belo esportivo Javelin a empresa ofereceu acabamento com bancos e
interior feitos pelo ateliê do estilista francês Pierre Cardin, o
Matador X teve uma versão confiada a Oleg Cassini, que era a
personalidade da moda em Hollywood e na alta sociedade. Uma de suas
clientes era Jacqueline Kennedy. A edição só era oferecida nas cores
preta, branca e cobre. Na lateral recebia a pequena janela denominada
Opera Window e em seu interior eram empregados materiais nobres, com
forração de portas e bancos em couro. A grade dianteira era
diferenciada, assim como as calotas, mais refinadas.
O motor era um pouco mais tímido em sua versão de topo: tinha 225 cv e
43,5 m.kgf, com os quais fazia de 0 a 100 km/h em nove segundos e
chegava a 190 km/h. Nas pistas, continuou fazendo bonito nas mãos do
veterano Bobby Allison. O “X” conseguiu novas vitórias em Riverside,
Daytona, Darlington, Ontário e Southern. Também foi um campeão em telas
de filme e seriados. Em 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro (The
Man with the Golden Gun), era o carro do vilão Francisco Saramanga,
que após uma perseguição tem asas e um motor acoplado à carroceria e
decola, para o espanto de todos. Nos seriados Arquivo Confidencial
e Gatões, o sedã era presença constante.
O sedã de quatro portas, a perua e o cupê X, fabricados até 1978, foram
os últimos carros grandes da AMC.
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