Com o LJ 50 vinham um motor de maior cilindrada, 539 cm3, e a opção de teto rígido; o estepe na traseira abria espaço para mais uma pessoa

O motor a quatro tempos de 41 cv deu novo fôlego ao LJ 80, que podia receber acessórios para ganhar ar esportivo e aumentar o conforto

O picape LJ 81, com caçamba de 1,40 metro, transportava até 250 kg

Ao montar o estepe na parte interna do jipe (ao lado do banco de trás, que levava uma só pessoa), em vez de pendurado na traseira, a Suzuki pôde manter seu comprimento dentro do limite de três metros dos "carros K" (ele media 2,99 m), o que permitiu lançá-lo como o primeiro kei jidosha com tração 4x4. O interior não poderia ser mais espartano: muita chapa aparente, painel resumido, revestimento plástico nos bancos. Detalhe interessante era o freio de estacionamento central, que bloqueava a transmissão em vez de aplicar os freios das rodas traseiras, como é usual. Assim, caso os tambores perdessem eficiência após atravessar trechos alagados, ainda era possível segurar o carro com esse freio.

A primeira evolução vinha em 1972 com o LJ 20, em que o motor ganhava refrigeração a água e maior taxa de compressão, passando a 28 cv e 3,8 m.kgf sem aumento de cilindrada. Grade dianteira com frisos verticais, em vez de horizontais, e o nome Suzuki perfurado acima deles eram as indicações externas da novidade. Uma versão com capota rígida (LJ 20 V) e bancos com encostos de cabeça passavam a ser oferecidos, assim como direção do lado esquerdo, com fins de exportação — ele chegou até mesmo aos Estados Unidos, levado pela importadora IEC ou International Equipment Co. antes que a Suzuki iniciasse atividades por lá.

Com a mudança de padrões do governo para o enquadramento na classe de "carros K", o pequeno jipe crescia em desempenho com a versão LJ 50, de 1976: agora com três cilindros em linha, de mesmos diâmetro de cilindros e curso de pistões do anterior, o motor a dois tempos passava a 539 cm³, 33 cv e 5,2 m.kgf — torque bem maior e disponível a 3.000 rpm, ante 5.000 do anterior. Apesar do peso pouco mais alto (675 kg sem capota, 710 com o teto rígido), estava mais dinâmico e podia chegar perto de 100 km/h. O mercado australiano foi um dos maiores compradores de LJ fora do Japão.

O governo havia aumentado também o comprimento máximo dos modelos populares para 3,20 metros, o que levou a Suzuki a retomar a montagem do estepe na posição original do Hope, na traseira, e abriu espaço para um quarto ocupante. Agora ele media 3,15 m, com largura de 1,29 m, altura de 1,71 m e entre-eixos de 1,90 m. Em alguns mercados de exportação chamava-se Jimny 550 ou SJ 10. O material de divulgação anunciava sua valentia: "Leve e robusto, vai a qualquer lugar! Quando o caminho se torna difícil e veículos comuns têm de parar, o LJ 50 vai em frente. Sobre areia, neve, terrenos com pedras, lama. Ele sobe aclives de 36 graus e seu raio de giro é de reduzidos 4,6 m, o que significa que você pode manobrar em espaços pequenos."

A última versão do modelo, a LJ 80 de 1977, não significou o fim do LJ 50, mas aproveitou mais uma revisão dos critérios oficiais de definição da categoria. Tornava-se possível usar um motor de quatro cilindros (o primeiro de quatro tempos fabricado pela empresa) com 797 cm³ e comando de válvulas no cabeçote, que produzia 41 cv e 6,1 m.kgf. O consumo e a emissão de fumaça diminuíam com a mudança de dois para quatro tempos, além de tornar o jipe bem mais agradável quando fosse preciso ir à estrada — onde alcançava 130 km/h. Bitolas 10 mm mais largas, tanque de combustível ampliado de 26 para 40 litros, capô mais alto com entradas de ar acima da grade, novos bancos e volante acompanhavam a reformulação. O peso já estava em 762 kg com teto de lona e 790 com o rígido.

Em alguns países a Suzuki ofereceu grande número de acessórios para aumentar o conforto, deixá-lo mais esportivo e ampliar a capacidade fora-de-estrada, como bancos envolventes e revestidos em tecido com encosto de cabeça, piso carpetado, estrutura de proteção contra capotagem, quebra-mato, faróis auxiliares, rodas esportivas com pneus radiais em medida 195/80 R 15 e alargadores de paralamas. O LJ estava, em definitivo, integrado à tendência jovem de usar jipes para o transporte pessoal, como símbolo de irreverência e liberdade. Na Holanda era vendido com o nome Eljot 80.

Dois anos depois a empresa inseria pela primeira vez no catálogo de opções portas metálicas para o modelo aberto, no lugar das de lona, e uma versão picape para cargas leves, o LJ 81. Sua caçamba com 1,40 m de comprimento podia levar módicos 250 kg, enquanto o comprimento de 3,62 m mantinha a facilidade de transitar, manobrar (diâmetro de giro de 11 m) e estacionar. O entre-eixos era maior que no jipe, 2,20 m, mas o peso continuava moderado, 830 kg. No caso de uso de teto rígido, havia uma terceira porta que se abria para o lado direito. A série LJ deixou o mercado em 1983, mas a Suzuki nunca abandonou o segmento de pequenos jipes, em que até hoje se destaca.

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