Para competir entre grandes nomes

Com aerodinâmica, desempenho e conforto respeitáveis, o Renault 25
manteve a marca francesa em alto patamar no segmento de luxo

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Faróis retangulares equipavam o modelo inicial, que se destacava pelo Cx 0,28; de lado, o vidro traseiro envolvente dava ar de três-volumes

No interior do R25, computador de bordo e áudio com comandos junto ao volante; a versão V6 Turbo, acima, tinha 182 cv e atingia 225 km/h

Do Frégate da década de 1950 à linha 20/30 de 1975, a francesa Renault manteve por muito tempo um modelo no segmento europeu de luxo, a categoria com automóveis mais luxuosos antes de se passar a marcas de elevado prestígio como Mercedes-Benz e BMW. Com o envelhecimento dos modelos 20 e 30, chegava o momento de sua substituição pelo Renault 25, que fazia sua estreia no fim de 1983.

Dentro da tradição do país, sua carroceria seguia o padrão de dois volumes e cinco portas, apreciado pela conveniência de acesso ao compartimento de bagagem, embora não tão desejado em outros mercados que preferiam um estilo mais formal. Para tentar atender a ambas as preferências, a Renault optou por um "meio volume" adicional e por um vidro traseiro envolvente, de modo que as últimas colunas pareciam tão avançadas quanto em um sedã três-volumes comum.

Linhas retas predominavam no desenho, como na maioria dos carros de sua época. A área envidraçada era ampla, o capô em forma de cunha contornava as laterais e o vinco formado por sua união aos paralamas seguia até a traseira. Os faróis retangulares contavam com unidades auxiliares junto à grade, que era complementada por uma seção fechada na parte superior em peça separada do capô. Os parachoques de material plástico, sem pintura, eram acompanhados por molduras laterais no mesmo padrão. Amplo, o carro media 4,62 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,40 m de altura e 2,72 m de distância entre eixos. O peso da versão GTS era de 1.155 kg.

O R25 foi desenhado por Gaston Juchet, autor de vários Renaults anteriores (como 14, 15, 17, 18, 20 e 30), e Robert Opron, que havia feito para a Citroën os estilos de SM, GS e CX, mas deixara essa marca após sua absorção pela Peugeot. O coeficiente aerodinâmico (Cx) era um destaque: 0,31 nas versões normais e 0,28 na TS, índices ainda hoje bons para esse porte de carro e que causaram sensação à época — o TS foi o modelo mais aerodinâmico em produção até que em 1989 chegasse o Opel Calibra, com o ótimo resultado de 0,26.

Já o anguloso desenho do interior era obra de Marcello Gandini, responsável por diversos Lamborghinis. Os equipamentos de série da versão de entrada incluíam direção assistida e controle elétrico dos vidros dianteiros; nos níveis superiores ganhavam-se sistema de áudio com comandos junto ao volante (um dos primeiros na produção mundial), ar-condicionado, computador de bordo e sistema antitravamento (ABS) nos freios. Em qualquer versão, espaço, conforto de marcha e baixo nível de ruído eram atributos de destaque. Entre os concorrentes estavam os franceses Citroën CX e Peugeot 505; os alemães Audi 100, Ford Taunus (depois o Scorpio), Opel Rekord (substituído pelo Omega) e Volkswagen Passat; os italianos Alfa Romeo Alfetta e Lancia Beta; e o sueco Volvo série 200.

Os motores iniciais do R25 eram de quatro cilindros e 2,0 litros a carburador (versões TS e GTS), com potência de 103 cv e velocidade máxima de 182 km/h; 2,2 litros a injeção com 124 cv para 195 km/h (versão GTX); V6 de 2,7 litros a injeção com 144 cv para 201 km/h (acabamento V6 Injection), todos a gasolina; e mais duas unidades de 2,1 litros e quatro cilindros a diesel, com 65 e 88 cv, a segunda dotada de turbocompressor. Um ano depois aparecia o V6 Turbo, com 2,5 litros, 182 cv, torque de 28,7 m.kgf e máxima de 225 km/h, patamar de desempenho comparável ao das marcas de prestígio. Rodas, volante e parachoques na cor da carroceria eram exclusivos dessa versão. Continua

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Data de publicação: 31/3/09

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