A carroceria semelhante à de nosso Monza ficava mais esportiva com a frente do segundo Skyhawk, que usava motor 1,8-litro em duas versões

A versão T-Type trazia turbo para alcançar 150 ou 165 cv, conforme o ano; em 1987 a Buick lançava a frente baixa com faróis escamoteáveis

Para 1980 a mudança mais notável foi a retirada da caixa de cinco marchas do catálogo: continuavam apenas a manual de quatro e a automática de três. Adeptos do câmbio automático, os norte-americanos não apreciavam muito os manuais de cinco marchas por exigir mais trocas no uso urbano. Em dezembro daquele ano os últimos Skyhawks dessa geração saíam das fábricas de Lordstown, Ohio, e Sainte-Thérèse, de Quebec, no Canadá. Pouco mais de 125 mil unidades foram produzidas, mas o nome ainda voltaria ao catálogo da Buick.
 
O carro J da GM, lançado no início dos anos 80, era um projeto mundial que teve vários frutos. Na Europa deu origem ao Opel Ascona na Alemanha e ao Vauxhall Cavalier na Inglaterra; na Austrália, ao Holden Camira; e no Brasil foi um dos maiores sucessos da Chevrolet, o Monza. Nos EUA deu origem ao Chevrolet Cavalier, uma tentativa de entrar no segmento dominado pelos japoneses. Não demorou e o projeto básico do carro J chegava também às outras marcas do grupo, como a própria Buick, que em 1982 ressuscitava o nome Skyhawk em um pacato sedã compacto. Visto lateralmente ele era idêntico ao Cavalier. A frente, porém, recebia uma prolongamento em cunha com um ar esportivo e um par de faróis retangulares de cada lado, semelhantes aos dos primeiros modelos. Na traseira as lanternas vinham na horizontal, o que dava um toque elegante, e o para-choque era mais pronunciado.

Por dentro estava mais conservador, com painel de linhas retas. Trazia itens de conforto presentes no segmento, como vidros, travas e retrovisores elétricos, ar-condicionado e direção assistida. O câmbio podia ser manual de quatro marchas ou automático de três. Media 4,56 m de comprimento e 1,67 m de largura com entre-eixos de 2,57 m. Mecanicamente era a antítese do modo norte-americano de fazer carros: motor transversal de quatro cilindros, tração dianteira, suspensão traseira por eixo de torção. Havia duas opções de motorização, ambas de 1,8 litro, sendo que uma era importada do Brasil: a mesma que equipava nosso Monza, com comando de válvulas no cabeçote de alumínio, injeção monoponto e 84 cv. A outra, com comando no bloco, cabeçote de ferro fundido e carburador de corpo duplo, tinha 88 cv. Se não empolgava no desempenho, a linha era completa: havia o hatchback de três portas, os sedãs de duas (bastante elegante) e quatro portas e a perua com cinco.

Em 1983 a versão esportiva T-Type oferecia turbocompressor para obter maiores potência (150 cv) e torque (20,7 m.kgf) no motor 1,8. Em comparativo com o Dodge Shelby Charger, o Volkswagen Rabbit (Golf) GTI e o Ford Escort GT naquele mesmo ano, a revista Popular Science destacou no T-Type de 84 cv fatores como economia, nível de ruído e visibilidade, mas ele perdeu para todos em estabilidade, ficou atrás do VW e do Dodge em desempenho e freou menos que o Rabbit. Três anos mais tarde, em confronto com o Cavalier Z24 e o Plymouth Sundance Turbo, a mesma Popular Science considerou a versão Turbo do Buick "o Dr. Jekyll e Mr. Hyde automotivo. O motor funciona silencioso e o rodar é confortável. Quando se aperta o acelerador, após hesitar por um momento enquanto o turbo ganha velocidade, o carro salta à frente com o motor urrando ferozmente." Bancos e volante foram elogiados, mas ele perdeu para o Sundance em aceleração e para o Cavalier em estabilidade e freios, embora não tenha sido o pior em nenhum desses quesitos.

Em 1987 os motores eram substituídos por uma unidade de 2,0 litros com comando no cabeçote (novamente igual à de nosso Monza), injeção monoponto, 96 cv e 16,3 m.kgf — que recebia turbo e injeção multiponto no mesmo ano para as versões mais quentes, passando a 165 cv e 24,1 m.kgf. Uma frente renovada também surgia, agora com faróis escamoteáveis, e combinava bem com a esportividade da versão cupê. Sem mudanças significativas com o passar dos anos, o Skyhawk de segunda geração foi apenas mais uma versão do Cavalier, assim como Cadillac Cimarron, Oldsmobile Firenza e Pontiac Sunbird. Com o fechamento da planta de Leeds, Missouri, em 1988, sua linha foi transferida para Janesville, no estado de Wiscosin. O último voo do falcão foi feito no ano seguinte, um fim discreto para um modelo que já nasceu à sombra de terceiros.

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