Os modernos câmbios
automáticos com operação manual também já causam divergências. Há
quem use as mudanças manuais para frente e para trás e quem as faça
lateralmente. E a BMW, baseada nos movimentos do corpo do motorista
gerados pela inércia, decidiu adotar a redução para a frente e a
troca ascendente para trás, o contrário do usual. Até o motorista se
habituar, é confusão na certa.
Buzina
Lembra-se da buzina acionada pelo botão na alavanca à esquerda da coluna de direção, usada por tempos no Corcel e no Uno? Pois ela voltou entre os nacionais com o Celta e continua a preferida dos franceses, razão para seu uso no Xsara
(acima), Picasso e Twingo. Embora tenha adeptos -- uma vantagem é a facilidade em dar toques curtos, ao contrário de algumas almofadas centrais de volante ou botões nos
raios --, essa posição foge dos padrões brasileiro e americano. Por se tratar de comando usado em emergências, deveria ser evitada.
Outro inconveniente é a dificuldade de acioná-la com o volante esterçado, em que as mãos podem estar fora da posição usual. Boa é a solução da Renault no Laguna: há dois comandos -- na alavanca e no volante --, para atender a ambos os gostos. O Clio nacional chegou a tê-los, tendo ficado apenas com a almofada do volante posteriormente.
Comutador de farol
Alguns modelos (todo GM, diversos
VWs e Fords) usam o sistema de empurrar para a frente a alavanca à esquerda da coluna de direção, para passar ao facho alto, e
puxá-la contra o volante para voltar ao baixo. Em outros a operação é sempre de puxar (carros franceses, linha Gol, Focus). Preferimos este último, mas com a condição de que o farol sempre se acenda em facho baixo
-- padrão nos franceses -- para não ofuscar ou incomodar outros motoristas nem por segundos.
Melhor ainda se houver um "degrau" bem definido no comando, como a Volvo utiliza, para evitar que o motorista passe ao facho alto quando apenas desejava piscá-lo.
Sistemas que
permitem acender os faróis já em facho alto deveriam ser proibido pelo Contran, Conselho Nacional de Trânsito.
Controle de temperatura de ventilação
Quando o comando é manual por botão giratório, a temperatura deve aumentar girando o botão para a direita, quase uma convenção. No Celta
(foto) é ao contrário, bastante estranho. |
Controle elétrico dos vidros
Na porta, no painel ou no console? A polêmica é antiga e cada corrente tem seus argumentos. Na porta há a
vantagem de se acionar os
comandos com a mão esquerda, pouco
requisitada no uso do veículo
-- à direita quase sempre cabe dar partida, acionar ou liberar o freio de
estacionamento, mudar marchas, ajustar o sistema de áudio, o ar-condicionado, etc. Assim, ao entrar no veículo, a esquerda pode abrir as janelas enquanto a direita cuida dessas
tarefas.
Por outro lado, sendo a maioria das pessoas destras, não é muito prático procurar e apertar
botões com a mão esquerda. No painel ou console, ainda, os comandos estão
protegidos de vibração e
infiltração de água (na porta é fácil molhá-los quando aberta em dia chuvoso) e podem ser manuseados pelo passageiro.
O importante, afinal, é que os botões estejam bem colocados, como ao lado da alavanca de câmbio
(BMWs e Vectra) e não à sua frente (Monza) ou espremidos junto ao freio de estacionamento
(Kadett, Opala). A posição do Gol atual, no painel, também é adequada, embora sejam ergonomicamente errados por
estar em posição vertical. A função
um-toque, todavia, minimiza o erro de ergonomia.
Difusores
de ar Os que equipam
Ka, novo Fiesta e também Doblò (abaixo) são práticos, com
ampla variedade de direções. Os do Celta tentaram imitar os do Ka, mas
sem a
mesma versatilidade. Há quem prefira os tradicionais retangulares, com
ajuste de abertura -- o essencial é que possam ser fechados e
direcionados também para os lados, o que falta em alguns Fiats. Nos VW
Bora e Passat os bonitos difusores parecem persianas, mas ajustar sua
abertura exige que se olhe para eles, o que não é ideal.
Interruptor de luzes
É comum haver diferenças dentro de um mesmo fabricante. Focus e Astra usam botão giratório no painel, enquanto Escort e Celta adotam anel giratório na alavanca à esquerda do volante -- preferível.
Também válido é o botão de puxar no painel, em dois estágios lanternas/faróis, como no BMW Compact e o antigo Chrysler Neon.
Quando se trata dos faróis e luz traseira de neblina, além da posição (a do Alfa Romeo 156, no console central, é das piores para os não-habituados), é importante que sejam desligados junto da ignição, evitando acendimento involuntário quando os faróis forem ligados novamente. Nesse aspecto, má escolha são os botões
do Brava e Marea. Pior que isso só o Blazer, que reúne num só comando os faróis e a luz traseira de neblina, nem sempre necessários (ou convenientes) na mesma situação de uso.
Continua |