As molas

Há dois tipos básicos de molas, a mecânica e a pneumática (a ar).

São três as molas mecânicas usadas em automóveis: a de flexão, em que uma lâmina ou mais juntas se flexionam; a de torção, situação descrita pelo próprio nome; e a helicoidal (abaixo), que pode ser considerada uma mola de torção enrolada. O que caracteriza a torção é uma seção infinitamente pequena se torcer em relação à outra, e isso ocorre tanto na barra ou lâmina de torção quando na mola helicoidal.

Molas helicoidais, as mais comuns
na suspensão dos automóveis atuais

Há outro tipo de mola mecânica cujo nome muitos erroneamente atribuem aos automóveis: a mola espiral. Utilizada nos relógios e nos mecanismos de corda de brinquedos, seu princípio de funcionamento é a flexão, não a torção. A confusão se deve à aparência da mola helicoidal, que se assemelha à da espiral.

A mola pneumática, por sua vez, aproveita a compressibilidade do ar em um invólucro flexível, mas encarece o produto, uma vez que requer uma bomba de ar para manter a pressão. Sua grande vantagem é permitir, sem dificuldade construtiva, variar a altura da suspensão ao gosto do motorista ou à conveniência do momento. Outro exemplo de mola pneumática são as molas de válvulas dos motores de Fórmula 1, mais eficientes que as mecânicas (tipo helicoidal) por não entrarem em alta freqüência oscilatória que limite sua operação. Sem elas seriam impossíveis as rotações de hoje, que ultrapassam 18.000 rpm.

A mola mais eficiente em armazenagem de energia por peso é a de torção, mas sua montagem no veículo precisa ser robusta e isso acaba elevando o peso. Depois vem a mola helicoidal, cuja instalação é bem mais simples e, por isso mesmo, domina o cenário mundial. Finalmente a mola de flexão — em geral um feixe de lâminas —, a menos eficiente das três, embora possa ser usada como elemento de ligação e assim economizar peso.

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Na Audi Allroad as molas são pneumáticas, para permitir o ajuste da altura de rodagem automático ou comandado pelo motorista

Era o caso do DKW-Vemag, cujo elemento de ligação superior era a própria mola, e dos Fiats 500/600, em que fazia as vezes de elemento de ligação inferior.

Existe um tipo de mola de flexão que consiste de lâmina única: a mola parabólica, como as utilizadas na suspensão traseira dos picapes Corsa, Strada e Courier e do utilitário esporte Blazer desde o modelo 2000. Sua desvantagem em relação ao tipo feixe é não haver histerese, o evento físico de uma lâmina atritar-se contra a vizinha. Embora facilite, até certo ponto, o trabalho do amortecedor de conter as oscilações, a histerese tende a produzir ruído, o que a mola parabólica evita.

Nos Blazers mais novos, uma lâmina única parabólica substitui o feixe de molas semi-elíticas, para evitar ruídos no funcionamento

Há ainda a mola de borracha, em princípio um ótimo elemento elástico devido à elevada histerese, mas cuja aplicação em automóveis é um tanto difícil, além da baixa durabilidade comparada à da mola de aço. Quem usou mola de borracha foi o famoso Morris Mini Minor inglês, assim como seu clone Austin Seven. Depois é que passaram ao tipo hidropneumático, que consistia em bolsas pneumáticas em meio hidráulico. Continua

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