Trata-se de um sistema simples e eficiente de suspensão independente. Sua disposição típica consiste em uma coluna telescópica com mola helicoidal e amortecedor concêntricos (isto é, a mola está "enrolada" em torno do amortecedor), fixa na parte superior por um mancal, e um braço transversal na parte inferior.

Mas pode haver suspensão McPherson também com feixe transversal de molas semi-elíticas, como na traseira do Uno, e com barra de torção, como na dianteira do Porsche 911 da série 964, até 1993 (passou a mola helicoidal na série 993). O que importa para a definição é a geometria da suspensão, não o meio elástico.

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Sucesso absoluto, em carros de tração dianteira sobretudo: a suspensão McPherson, mostrada no Golf de quinta geração

Por falar em geometria, a suspensão McPherson original previa controle longitudinal da roda por meio do estabilizador, como era no Simca. Desse modo, o estabilizador era parte integral da suspensão e não apenas um dispositivo para controle de rolagem (inclinação da carroceria em curvas). O carro não andaria sem ele.

Quando começou a ser usada nos Fiats 127/147, já de tração dianteira, a McPherson manteve o princípio original, só que o estabilizador não era mais suficiente para o controle longitudinal. Começou então, na linha Uno 1991, a ser usado um tensor longitudinal dedicado a essa função, podendo até ser dispensado o estabilizador. Do tensor, a suspensão McPherson evoluiu para o braço transversal em forma de “A” e, mais tarde, para o braço em “L”, ambos assegurando a localização correta e precisa da roda.

Além da vantagem inerente à independência entre as rodas, a suspensão McPherson é de simples construção.

Ocupa menos espaço que, por exemplo, a de braços sobrepostos (leia adiante) e contribui para reduzir o peso do veículo.

Suspensão McPherson na traseira foi vista pela primeira vez no Lotus Elite, em 1957, mais uma manobra de gênio de Colin Chapman, o engenheiro fundador da marca inglesa. Como na época ainda valia a patente (que só caducaria em 1976), Colin deu-lhe o nome de Chapman Strut (coluna Chapman), mesmo porque a suspensão McPherson fora idealizada para aplicação na dianteira.

Depois disso seu uso atrás passou a ser comum, como no Escort até 1992 (mais o Hobby até 1995) e os Fiats Tempra, 147 e Uno — os dois primeiros com mola helicoidal, os outros dois com semi-elítica. Como seus sucessores a trocaram por outros conceitos, o Mille é hoje nosso único carro com esse esquema na traseira, que é também a disposição adotada pelo Porsche Boxster.

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No primeiro Escort nacional a traseira era também McPherson com molas helicoidais. Hoje equipa só o Mille, com feixe transversal

Eixo de torção

A idéia nasceu com o Citroën 7/11 (o Traction Avant) de 1934. Além de o meio elástico ser uma barra de torção, o próprio eixo — primeiro tubular e logo depois de seção cruciforme — podia se torcer e, com isso, proporcionar alguma independência entre as rodas traseiras. O efeito era parecido, mas o custo era bem mais baixo do que em uma suspensão independente na acepção da palavra. O resultado final foi muito bom.

No período que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, a solução voltaria a ser adotada no DKW F102 e seu clone, o Audi, em 1965. O eixo de torção logo se espalhou pelos carros de tração dianteira do grupo Volkswagen e hoje está presente em muitos carros pequenos e médios mundo afora. Continua

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