Uma evolução desse
conceito tem o braço superior ao lado do topo do conjunto
mola-amortecedor (veja ilustração abaixo). Disso resultou um
conjunto eficiente e compacto, razões para seu uso em carros
de técnica bem desenvolvida. Pode também ser adotado braço tensor
longitudinal combinado com braço transversal inferior simples, como no
Opala.

Na frente do
Toyota Land Cruiser Prado o braço superior fica ao lado do topo da mola,
um conjunto compacto e eficiente
Os braços sobrepostos persistem em
nossos picapes médios (como S10) e utilitários esporte (Blazer, XTerra), sempre
com barras de torção. O Civic utiliza o conceito na traseira, único
nacional, mas na dianteira a atual geração o substituiu pelo McPherson.
Uma variação do sistema
de braços sobrepostos na dianteira é o FourLink, de quatro
braços, introduzido em 1995 com o Audi A4 e que hoje equipa também
outros modelos do Grupo VW com a mesma plataforma, como o Passat. A
diferença é que cada braço — superior e inferior — vem dividido em duas
partes, sendo a geometria a mesma dos braços superpostos.

O FourLink da
Audi (nesta imagem o da Allroad): cada braço dividido em duas partes
Braço arrastado
e semi-arrastado
É simples compreender o braço arrastado na suspensão traseira: trata-se
de um braço longitudinal, triangular ou não, em que a parte dianteira
está fixada ao chassi e a traseira é móvel, subindo e descendo junto da
roda. |

Na traseira do Citroën Xsara, o
sistema típico francês: braço arrastado com barra de torção
O braço semi-arrastado segue o mesmo conceito do arrastado, mas tem o
braço montado em ângulo com o eixo transversal do veículo, para anular
parte da influência da rolagem sobre a cambagem. Os dois sistemas são
eficientes modos de suspensão independente, que podem ser combinados a molas
helicoidais ou barras de torção. Esta última é uma solução
comum em carros franceses, pois resulta em um conjunto compacto e
com pouca intrusão no compartimento de bagagem. Também equipou o Porsche
911 até o modelo 1993.

Suspensão do Pontiac GTO
e do Omega atual: braço semi-arrastado e mola helicoidal
Embora tenha surgido aqui em 1975, com a Kombi, e logo depois na Variant
II (1977), o conceito de braço semi-arrastado na traseira só ganhou
projeção em 1992 com o Omega, por seu notável comportamento dinâmico.
Foi muito utilizado pelos alemães de alto desempenho e tração atrás —
BMW, Mercedes — até ser substituído pelo sistema multibraço. O Grupo VW
também o utiliza em alguns modelos de tração integral, que não podem
manter o eixo de torção. Hoje não mais equipa automóveis nacionais.
Já o braço arrastado, aplicado apenas na traseira e quando a tração é
dianteira, chegou à produção nacional com o Tipo, em 1996 (nosso Tempra
utilizava conceito multibraço, embora o italiano fosse como o Tipo).
Hoje está em modelos Fiat (Marea, Palio Weekend), Renault (Scénic),
Citroën (Picasso), Peugeot (206) e Mercedes-Benz (Classe A). Continua |