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Pronto para o novo Millênio

O velho e bom Uno com um coração revigorado: é o Mille
Fire, mais agradável de dirigir e ainda o mais barato

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Alguns automóveis parecem mesmo destinados a permanecer por décadas no mercado, com pequenas atualizações e sempre mantendo elevado patamar de vendas. Os alemães (e brasileiros) tiveram o Volkswagen, os franceses o Citroën 2CV (leia história), os italianos o Fiat 500. No Brasil, um outro Fiat revela essa tendência ao atingir, em agosto próximo, 17 anos de mercado: o Uno.

Vinte e cinco anos depois de chegar ao País, a marca apresenta passo importante para colocar, ao menos em parte, o veterano carrinho no século XXI: o motor Fire de 1,0 litro, oito válvulas, injeção multiponto e 55 cv. O mesmo do Palio EX, substitui o defasado "Fiasa" de mesma configuração, injeção monoponto e 57 cv. Apesar da perda de 2 cv, o Uno ficou melhor em todos os aspectos.

O novo motor é o 14°. adotado no modelo (saiba mais) e certamente o mais moderno deles. Embora esta versão não traga duplo comando de válvulas ou acelerador eletrônico, que equipam apenas as 16V, o Fire é mais leve e tem melhor distribuição de torque. O ponto máximo passou de 8,1 para 8,5 m.kgf e ocorre agora de 2.500 a 4.250 rpm, garantindo agradável agilidade no trânsito urbano, mesmo com o uso de diferencial pouco mais longo.

O desempenho absoluto não mudou muito: velocidade máxima de 151 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 15,2 s, marcas entre as melhores do segmento oito-válvulas. Mas no consumo aparece a grata surpresa: nada menos que 14,3 km/l na cidade e 20 km/l na estrada, de acordo com a Fiat. A julgar pelo que ocorreu com o Palio, pode-se esperar que as marcas efetivamente obtidas pelo usuário fiquem mais próximas dessas oficiais do que acontecia antes.

Mais ágil, mais econômico, mais robusto: a correia do comando de válvulas, problema crônico e clássico do velho motor, tem troca prevista a cada 100.000 km no Fire. O novo propulsor é também 20% mais leve, vantagem obtida em parte com o coletor de admissão em plástico e as bielas de peso 40% menor que as anteriores.

Agilidade no trânsito O Best Cars Web Site avaliou o Mille Fire, como foi denominada a nova versão, pelas ruas de Belo Horizonte, MG. O comportamento ágil e o menor nível de ruído agradam logo ao primeiro contato, em que pese o pouco revestimento absorvente. O emprego de apenas duas válvulas por cilindro é bem-vindo em um modelo de entrada, com uso predominante no tráfego urbano. Continua

Em 17 anos, 14 motores

Três famílias e 14 versões de motorização -- incluindo as opções de alimentação, mas sem considerar as de combustível -- já estiveram sob o capô do Uno desde 1984. As denominações Fiasa (que significa Fiat Automóveis S.A.) e Sevel (alusiva à empresa argentina que fabricava motores e veículos Fiat e Peugeot) não são oficiais, mas têm uso consagrado na mídia especializada.

> Fiasa, 1,0 litro, carburador simples (Mille básico)
> Fiasa, 1,0 litro, carburador duplo (Mille Brio)
> Fiasa, 1,0 litro, carburador duplo e injeção mapeada (Mille Electronic e ELX)
> Fiasa, 1,0 litro, injeção monoponto (Mille i.e., EP, SX, Smart)

> Fiasa, 1,05 litro, carburador simples (Uno S)
> Fiasa, 1,3 litro, carburador simples (Uno S e CS)
> Fiasa, 1,3 litro, carburador duplo (Uno SX)
> Fiasa, 1,5 litro, carburador simples (Uno CS Export)
> Fiasa, 1,5 litro, injeção monoponto (Uno S e CS i.e.)
> Sevel, 1,5 litro, carburador duplo (Uno CS Top e, em versão mais "brava", 1.5R)
> Sevel, 1,6 litro, carburador duplo (Uno CSL, argentino, e 1.6R)
> Sevel, 1,6 litro, injeção multiponto (Uno 1.6R mpi)
> Sevel (italiano), 1,4 litro, injeção multiponto e turbocompressor (Uno Turbo i.e.)
> Fire, 1,0 litro, injeção multiponto (Mille Fire)