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De volta ao passado

Nissan Pathfinder retoma o ar robusto da geração
anterior, mas o preço não está de acordo

Texto e fotos: Fabrício Samahá

Retomar fórmulas anteriormente deixadas de lado é às vezes uma boa solução. A Toyota voltou a um estilo conservador no Corolla, depois de ousar com uma aparência moderna que agradou a poucos. Com o utilitário-esporte Nissan Pathfinder a situação é um pouco diferente, pois não houve rejeição ao modelo lançado em 1996 -- mas é clara na nova linha 2000 a tentativa de assemelhá-lo aos primeiros que chegaram ao Brasil, em 1993.

Alterações na traseira abrangem lanternas e porta. As rodas passaram a 16 pol e os faróis são de superfície complexa, mais eficientes

Apresentada nos EUA em janeiro como modelo "1999,5", a linha 2000 do Pathfinder traz uma reestilização frontal com ênfase na agressividade, abandonando as linhas suaves dos últimos anos. Uma grade maior ligada aos vincos do capô, pára-choque mais robusto com faróis de neblina mais amplos e faróis principais de superfície complexa, com lentes de policarbonato, compõem o novo estilo. Na traseira a tampa ficou mais sofisticada, com a luz de placa por cima dela -- antes ao lado -- e lanternas cristal. Há também rodas de 16 pol (antes 15) e o bagageiro e defletor de ar traseiro passam a ser itens de série.

No interior as formas se mantêm, mas percebe-se aprimoramento de qualidade e equipamento em vários setores. Agora há revestimento imitando madeira no painel e nas portas, toca-CD incorporado ao toca-fitas e controlador de velocidade integrado ao volante. O ar-condicionado passou a automático, com ajuste de temperatura de meio em meio grau, bastante eficiente. Bancos e volante são revestidos de couro e os assentos dianteiros têm ajuste elétrico, mas falta a regulagem de apoio lombar para o motorista e de altura para o passageiro.

Apesar dos estribos, acesso ao interior exige algum esforço. Porta-malas amplo tem 12 ganchos de amarração e pode-se abrir o vidro traseiro em separado
Estribos facilitam um pouco o acesso à alta cabine, mas se fossem mais destacados evitariam sujar a barra da calça na carroceria. A largura interna apenas mediana dificulta, por exemplo, ajustar o banco ou usar o porta-mapas da porta com esta fechada. Em contrapartida o Pathfinder oferece bom espaço para objetos no console, dois porta-copos dianteiros e dois traseiros, e saída de energia 12V para quem se senta atrás.

O banco traseiro, bipartido, pode ser ligeiramente reclinado mas, como é comum no tipo de veículo, o passageiro central fica com as pernas muito altas. Em função dessa possibilidade, a cobertura do porta-malas deixa um vão significativo junto ao banco, pelo qual se podem ver objetos guardados. O compartimento tem capacidade de 425 litros, rede para retenção de objetos, porta-trecos na lateral e nada menos que 12 ganchos de amarração, além de acesso pela abertura independente do vidro traseiro. O estepe fica externamente sob o assoalho.

Frente retomou a agressividade do modelo lançado em 1993, que havia dado lugar a linhas mais suaves na geração de três anos depois

Numerosos detalhes transmitem boa impressão no Nissan: luzes de aviso de cinto desatado (só se apaga com o uso) e de portas mal fechadas, pára-sóis duplos (protegem ao mesmo tempo contra sol de frente e pela lateral, muito conveniente em estradas sinuosas) e com espelhos iluminados, trava das portas em dois estágios (o primeiro abre só a do motorista, mais seguro), dois odômetros parciais, marcador de nível de combustível sempre ligado, console de teto com porta-óculos, bússola digital e mostrador da temperatura externa, estepe também com roda de alumínio, alarme com botão de pânico (dispara o sistema ao comando do usuário, sem que o carro seja violado) e a possibilidade de configurar sua sirene de ativação -- só a ouve quem desejar. Continua

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