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Mesma cara, novo coração

Último Palio com o motor "Fiasa", o Young ganha o
moderno Fire, mas conserva as linhas do modelo antigo

Texto: Fabrício Samahá - Fotos: divulgação

Conseqüência natural do lançamento do velho Mille com motor Fire (leia avaliação), chegou a hora de o Palio Young -- versão de entrada da linha e única a permanecer com o estilo antigo, lançado em 1996 -- receber o novo coração, moderno e eficiente. Pára-choques na cor da carroceria e imobilizador (Fiat Code) de série completam o conjunto de novidades do modelo 2002.

À pergunta óbvia -- por que não uniformizar seu desenho ao do restante da linha? --, a Fiat responde com argumentos. O Young responde por 32% das vendas do Palio hatchback, que somadas aos modelos exportados com o estilo antigo (inclusive Weekend) permitem boa escala de produção dos componentes de carroceria. E adotar o conjunto de aperfeiçoamentos da nova linha, como embreagem de comando hidráulico, faróis de superfície complexa* e sistema Venice de central elétrica, teria um efeito sobre o preço do Young.

O motor é o mesmo oito-válvulas de 55 cv do Mille Fire e do Palio EX. Não tem acelerador eletrônico nem embreagem de comando hidráulico, mas oferece bom torque e consumo mais contido

Preço, aliás, que subiu apenas R$ 90 -- só o imobilizador custava R$ 200 na linha 2001. O Young Fire sai por R$ 14.318 com três portas e R$ 15.206 com cinco, baixando para R$ 13.774 e R$ 14.662, na ordem, se adquirido via Internet. Só que praticamente tudo é opcional, de acendedor de cigarros a sistema antitravamento de freios (ABS), passando por aquecedor, vidro traseiro térmico, retrovisores com ajuste interno, preparação para áudio, controle elétrico dos vidros e travas, ar-condicionado, direção assistida, duas bolsas infláveis e encostos de cabeça traseiros. Com tudo isso, ultrapassa R$ 21.000.

Avaliado pelas ruas de Belo Horizonte, MG, o Young Fire demonstrou qualidades. O motor responde bem desde baixas rotações -- seu torque máximo de 8,5 m.kgf surge a apenas 2.500 rpm --, é suave e relativamente silencioso. A redução de potência, de 61 para 55 cv, não será percebida pela maioria dos motoristas. A Fiat declara a mesma aceleração de 0 a 100 km/h do "Fiasa" e velocidade máxima apenas 2 km/h menor.

Pára-choques na cor da carroceria melhoram a aparência. A Fiat não pretende tão logo uniformizar seu desenho ao do restante da família

Ganho bem-vindo é esperado no consumo, agora de 13 km/l em cidade e 17,2 km/l em estrada, segundo o fabricante. São apenas 0,2 km/l de melhoria em cada condição, mas na prática devem ser mais porque o motor anterior ficava muito longe dos valores anunciados (veja análise de opiniões de donos de Palio). O "Fiasa", aliás, permanece apenas no Mille e no Palio 1,0 a álcool e nos utilitários de motor 1,5 -- Fiorino, Uno Furgão e Strada Working.

De resto é o conhecido Young. Pontos criticados na avaliação anterior permanecem, como as colunas centrais e traseiras com chapa aparente, falta de hodômetro parcial e da indicação de centenas de metros, cintos dianteiros sem ajuste de altura e traseiros não-retráteis (ficam soltos e se sujam facilmente), difusores de ar laterais sem ajuste horizontal e, claro, o famoso ar-condicionado de apenas duas temperaturas, quente ou gelado (saiba mais).

Nada de novo no interior: continuam faltando itens simples como hodômetro parcial, cintos traseiros retráteis e ajuste lateral dos difusores de ar. Mas a posição de dirigir é boa e podem-se ter bolsas infláveis, que Celta e Gol Special não oferecem

Por outro lado, a posição de dirigir é boa, o acabamento geral aceitável, o espaço interno correto. O carro é muito superior a um Mille em conforto de rodagem e segurança passiva, tem boa estabilidade e as opções de cinco portas e bolsas infláveis, que faltam aos concorrentes Celta e Gol Special. Pena que a eficiente embreagem automática deixe de ser disponível, pois não foi desenvolvida para o motor Fire. E a Fiat bem poderia acabar com aquele "boneco" no painel que alerta para o (obrigatório) uso do cinto -- em inglês!

Ficha técnica
MOTOR - transversal, 4 cilindros em linha; comando no cabeçote, 2 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 70 x 64,9 mm. Cilindrada: 999,1 cm3. Taxa de compressão: 9,5:1. Injeção multiponto seqüencial. Potência máxima: 55 cv a 5.500 rpm. Torque máximo: 8,5 m.kgf entre 2.500 e 4.250 rpm.
CÂMBIO - manual; 5 marchas; tração dianteira.
FREIOS - dianteiros a disco ventilado; traseiros a tambor; antitravamento (opcional).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica (opcional).
SUSPENSÃO - dianteira, independente, McPherson, estabilizador (só com direção assistida); traseira, eixo de torção, estabilizador.
RODAS - 5 x 13 pol.; pneus, 145/80 R 13.
DIMENSÕES - comprimento, 3,735 m; largura, 1,614 m; altura, 1,445 m; entreeixos, 2,36 m; capacidade do tanque, 48 l; porta-malas, 280 l; peso, 890 kg (5-portas).
Desempenho e consumo
DESEMPENHO - velocidade máxima, 150 km/h; aceleração de 0 a 100 km/h, 16,3 s. CONSUMO - em cidade, 13 km/l; em estrada, 17,2 km/l.
Dados do fabricante

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