Nada de nova geração, pois só
mudam frente e traseira, mas o Celta ganhou um ar mais robusto e certa
semelhança frontal com o Vectra
Forma e função: agora há
um desenho elaborado no painel e nas portas, além de comandos de vidros
e buzina em posição mais adequada |
Quem
esteve a seu lançamento no Rio Grande do Sul em setembro de 2000, como o
autor, ainda se lembra da surpresa. A General Motors
apresentava o Celta, resultado do projeto Arara-Azul, um carro baseado
no Corsa da época — mas bem mais despojado — para o segmento de entrada.
Para ele havia sido construída uma fábrica em Gravataí, RS, com
processos enxutos e mais econômicos de produção. Por tudo isso,
esperava-se o anúncio de um preço muito baixo, competitivo com o do
Mille, já então nosso carro mais barato. Mas o que veio foi a decepção:
o novo Chevrolet custava só um pouco menos que o Corsa Wind 1,0, embora
fosse claramente inferior em termos de acabamento.
A impressão de que a GM estava indo com muita sede ao pote não impediu
seu sucesso. Apoiados em um desenho moderno em relação aos concorrentes
(como o antigo Fiesta e as versões básicas de Gol e Palio) e na boa
imagem do fabricante, mais de 600 mil Celtas chegaram às ruas desde
então. Agora, cinco anos e meio depois, voltamos às terras gaúchas para
conhecer o que a empresa apresenta, com pompa desproporcional, como sua nova geração — mas que
o leitor do Best Cars, já vacinado contra exageros de
marketing, sabe que não passa de uma reestilização.
A diferença entre os conceitos está na amplitude das mudanças, que na
parte externa abrangem apenas a frente e a traseira. A dianteira
evidencia a inspiração no novo Vectra, assim como o primeiro Celta
buscava semelhança com o Vectra da época. Os faróis (ainda com refletor
único) e a grade cresceram bastante e, somados às formas retilíneas do
pára-choque e aos vincos bem marcados no capô, buscam um aspecto mais
robusto.
O resultado estético é bom, mas sem impressionar. Melhoraria com grade
e entradas de ar em preto, como em unidades expostas com
acessórios. A GM não
informa o Cx (nem do anterior, aliás),
mas se espera ligeira piora com a nova frente mais alta, que o deixou 40
mm mais comprido. Um problema de segurança
é a posição das luzes de direção, junto à grade, de onde não são vistas
por quem está ao lado do carro. Copiou-se a infeliz solução já usada por
Fox e Fiesta.
Atrás recorreu-se ao conhecido expediente de mudar o local da placa: se no
Clio desceu para o pára-choque este ano, no Celta subiu para a tampa do
compartimento de bagagem. Perdeu-se assim a sensação de vazio do modelo
antigo. As lanternas são novas, embora parecidas com as de antes no
formato, já que mudanças radicais implicariam alterar os pára-lamas
traseiros. E o vidro ganhou formato que lembra o da Zafira, com chanfros
nas extremidades. Se no Gol 2006 ele chegou até os extremos da tampa, a
GM só poderia fazer o inverso... O do Celta, assim, passa a expor as
colunas nas laterais.
Por dentro
Mais que a
atualização externa, o que marca o Celta 2007 é a reformulação do
interior. O painel de desenho bem elaborado traz um salto enorme em
comparação ao antigo — aliás, seria difícil projetar outro tão pobre
quanto aquele... Continua |