Suave e
silencioso, o ES 330 agrada muito a quem preza o conforto, mas não
decepciona em comportamento dinâmico e anda muito bem com o moderno
3,3-litros
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Bom motor, nenhum ruído
O V6 de 3,3 litros
do Lexus está longe de ser exclusivo: é usado também no RX 330 e em três
Toyotas nos EUA – Camry, o utilitário esporte Highlander e a minivan
Sienna. Mas é um bom propulsor para o tipo de carro e, associado a um
cuidadoso isolamento acústico, permite rodar com um silêncio que
impressiona mesmo quem está habituado a carros de luxo. Só se ouve o que
está sob o capô ao deixar a rotação subir, mesmo assim de modo suave e
agradável aos ouvidos. Um gentleman.
Com 6,6% mais potência e 8,3% mais torque que o antigo 3,0-litros, o
novo V6 move o carro de 1.575 kg sem qualquer esforço. Pode-se trabalhar
na faixa de 2.000 rpm com respostas adequadas ou, se desejado, obter
números de carro esportivo, como 7,9 segundos de 0 a 100 km/h e máxima
de 235 km/h (veja
simulação completa abaixo). O consumo é moderado para o porte do
carro, mérito do motor moderno e eficiente, mas o tanque pequeno (52
litros) limita a autonomia.
Também contribui para a economia o novo câmbio automático de cinco
marchas, dotado de controle eletrônico dos mais modernos (saiba
mais) e extremamente suave. A quinta é uma
sobremarcha bem definida, o que
permite rodar a 120 km/h com apenas 2.400 rpm. Não dispõe de operação
manual, comum hoje, mas não faz falta: as trocas são comandadas "com o
pé" e eventuais mudanças manuais são facilitadas pelo percurso sinuoso
da alavanca.
Ao contrário do que faz supor sua proposta americana, o ES 330 não é
mole demais: está no ponto certo de maciez, para superar ondulações e
lombadas baixas com grande conforto e solidez, sem prejuízo do
comportamento dinâmico. Até uma barra de
amarração dianteira foi prevista para maior rigidez estrutural. A
tração dianteira não é ideal, mas não chega a comprometer em vista da
proposta tranqüila.
Como até os pneus são de medida conservadora (215/60-16), não se nota
aspereza ou ruído ao rodar, ainda que sobre paralelepípedos. No
entanto, impactos em piso mais irregular são bem transmitidos aos
ocupantes e há ruído na distensão dos amortecedores (pela ausência de
batentes hidráulicos) ao transpor
lombadas fora das especificações legais. O típico caso de carro certo,
mas no país errado... A assistência de direção, ajustada em função da
velocidade, a deixa extremamente leve em baixa e com boa firmeza em
alta.
Continua |