O bom projeto do interior, com posição de dirigir agradável e painel funcional, contrasta com a baixa qualidade do acabamento; o motor 1,0 com compressor tem respostas lentas em baixa rotação, sem compensar no consumo

Com essa falta de disposição em baixos giros, a Ford optou por um câmbio mais curto que o da versão 1,6, o que afeta também o nível de ruído em viagem. E quanto ao consumo? O Supercharger gasta até um pouco mais que o 1,6 Flex com gasolina (leia avaliação) e ainda tem a desvantagem de não ser flexível em combustível. Nas regiões em que o álcool custa menos que 70% da gasolina, como em boa parte do Sudeste, rodar com o 1,6 Flex usando álcool representa razoável economia, que a longo prazo pode compensar o maior preço dessa versão.

O Supercharger, como se sabe, é fruto do benefício tributário (menor alíquota de IPI, Imposto sobre Produtos Industrializados) aos motores de até 1,0 litro no Brasil. Em condições iguais de tributo, não haveria como oferecer essa versão a um preço menor que o da 1,6 Flex, que recorre a um motor mais simples e, no entanto, superior em todos os aspectos.

Bom de dirigir   A não ser pela lentidão de respostas, o novo Sedan cativa ao volante, como já acontecia com o hatch de que foi derivado: boa posição de dirigir, câmbio de fácil operação (sem trava redundante na marcha à ré) e com ótima alavanca alta, acerto de suspensão voltado à estabilidade, como tem sido regra nos Fords dos últimos anos. Só que tudo poderia ser um pouco mais macio, do rodar em pisos irregulares ao peso da direção, passando pela carga do pedal do acelerador e os comandos do painel. Continua