Praticidade:
painel moderno e bem legível, ótimo volante revestido em couro, quatro
porta-copos e porta-objetos central duplo
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A imponência da frente
não é acompanhada pela traseira sóbria ou pelas laterais algo
ultrapassadas, mas o conjunto impressiona bem, sobretudo com os largos
pneus 265/70-15, maiores que os da concorrência. Interessante no
Frontier é a quase total ausência de cromados, tão comuns em picapes de
origem americana. Até mesmo os retrovisores vêm na cor da carroceria.
Praticidade, pouco conforto
Para chegar à cabine é preciso fazer curso de alpinismo: o assoalho está
a mais de 50 cm, e o banco, a cerca de 80 cm de altura. Um estribo seria
muito bem-vindo, mas pelo menos existem alças nas colunas dianteiras
para apoio. Uma vez dentro, o picape nipo-brasileiro revela uma
semelhança com os L200 e Hilux: o assoalho alto em relação aos bancos,
quase como num automóvel, em contraste com o que se nota no S10 ou no
Ranger.
A posição de dirigir é cômoda, sem o inconveniente dos pedais muito à
esquerda do modelo da GM, e o volante de quatro raios, revestido em
couro com furos na região de pega, é dos melhores. Mas poderia haver
ajuste de altura do banco, como ocorre com o volante. A regulagem do
encosto, como é padrão japonês, utiliza alavanca e trabalha com pontos
definidos; o acabamento é simples mas adequado à categoria.
Se na frente o Frontier agrada, no banco traseiro a vida é um suplício.
Não conhecemos picape cabine-dupla que ofereça conforto de automóvel,
mas este foi longe demais: as pernas ficam encolhidas, com as coxas sem
apoio, e o acesso dos pés é complicado pelo vão reduzido entre o banco e
o batente da porta. O espaço para cabeças e ombros é até aceitável, mas
não se pode recomendar o utilitário para uso familiar em hipótese
alguma. Seria o caso de chamá-lo de veículo 2+3, em alusão aos carros
esporte 2+2...
O painel moderno, com os instrumentos em três módulos, destoa do aspecto
antiquado das portas e maçanetas, que deveriam ser reformuladas. Mas o
interior é prático, com espaços para objetos que incluem um
compartimento duplo no console central, três tomadas de energia 12V (no
painel, no porta-objetos do centro e para o banco traseiro) e quatro
porta-copos (dois na frente, dois retráteis para a traseira). O controle
elétrico dos vidros agora inclui temporizador, mas a função
um-toque equipa só o do motorista para
descida.
Alguns detalhes agradam: luz indicadora de porta aberta, dois hodômetros
parciais, luz interna com temporizador e apagamento gradual, intervalo
ajustável do limpador de pára-brisa, trava das portas com abertura em
dois estágios (a do motorista em separado, o que é mais seguro),
retrovisor esquerdo também convexo,
trava da tampa da caçamba a chave (ideal quando se usa capota marítima)
e um rádio/toca-CDs que desliga junto da ignição, mas pode ser ligado
novamente sem a chave, ao contrário do modelo 1998.
Continua |