Com tração 4x4 e reduzida acionadas por alavanca, robustez é o ponto
alto do Frontier, parecendo capaz de bons serviços no fora-de-estrada
por longos anos
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Tanto esse fator quanto o
ruído seriam minimizados se a Nissan oferecesse aqui um dos motores que
o equipam nos Estados Unidos: as versões de aspiração natural (170 cv) e
com compressor (210 cv) do V6 de 3,3 litros que dotava o
Pathfinder até há algum tempo.
Só que a gasolina no Brasil está longe de ser barata como lá, o que leva
à maciça preferência pelo diesel em picapes, a ponto de não haver mais
oferta dos V6 no S10 (também no Blazer) e Ranger.
De resto, o Frontier demonstra boa aptidão para o fora-de-estrada leve,
em que foi avaliado por cerca de 50 quilômetros. A Nissan mantém o
acionamento manual (por alavanca) da tração 4x4 e da reduzida, em
oposição ao comando elétrico do S10 e do Ranger, considerado menos
confiável. O vão livre do solo (218 cm) é adequado e o picape transmite
sensação de solidez e durabilidade nessas condições. Apenas os pneus,
que se prestam mais ao uso em asfalto, justificam substituição para quem
passa a maior parte do tempo fora dele.
São, por outro lado, adequados ao uso em cidade e estrada, onde a
suspensão — desconforto à parte — mostra boa geometria e calibragem
correta dos amortecedores, sem que a dianteira "navegue" todo o tempo
como a do S10. Os freios contam com sistema antitravamento (ABS) nas
quatro rodas, que alguns concorrentes ainda não oferecem. Ainda em
segurança, são de série faróis de neblina, terceira luz de freio e
bolsas infláveis frontais, havendo cintos de três pontos retráteis e
encostos de cabeça para só quatro dos ocupantes.
E quanto ao preço? O Frontier SE 4x4 sai a R$ 75,5 mil, competitivo com
Mitsubishi L200 Sport GLS (121 cv, R$ 73,1 mil)
e Sport HPE (141 cv, R$ 75,6 mil), Ford Ranger Storm (132 cv, R$ 75,2
mil) e Toyota Hilux SR (115 cv, R$ 76,2 mil), todos bem mais baratos que
o Chevrolet S10 DLX (132 cv, R$
81,3 mil), considerando versões de cabine dupla, motor turbodiesel,
câmbio manual e tração integral.
Para quem está decidido por um picape da categoria, a Nissan tem
certamente uma válida opção a oferecer, que ficaria ainda melhor com os
aprimoramentos sugeridos. |
> O motor do
Frontier é exatamente o mesmo do S10 turbodiesel. Denominado
Sprint 4.07TCA — sigla para quatro cilindros, 700 cm³ de
cilindrada unitária, turbocompressor e
resfriador de ar — pelo
fabricante, a MWM, é uma versão com dois cilindros a menos do
que equipa Ford F250, com o qual partilha componentes como
pistões, pinos de pistão, anéis, bielas, válvulas e suas molas.
Embora utilize ferro fundido no cabeçote, é um motor de
concepção moderna, com comando de válvulas no cabeçote, que é de
fluxo cruzado, e três válvulas
por cilindro, duas de admissão e uma de escapamento. |
> A suspensão
dianteira do picape Nissan segue a receita mais comum no
segmento, com braços sobrepostos e barra de torção. Há poucas
exceções à regra, como o Ranger até 1997 e o F-250, que utilizam
a chamada Twin-I-Beam (semi-eixos oscilantes), ultrapassada e
ineficiente em comportamento. Por outro lado, o Ranger atual tem
caixa de direção por pinhão e cremalheira, mais leve e precisa
que a de esferas recirculantes adotada no Frontier. |
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