Best Cars Web Site

A fórmula da sobrevida

Clique para ampliar a imagem

Uma nova motorização na linha Marea, a 1,6 16V, marca a linha
2006 e a Fiat aposta na mudança para o manter no mercado

Texto: Bob Sharp - Fotos: divulgação
Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Clique para ampliar a imagem

Grade, faróis, lanternas, seção central do painel: algumas alterações na aparência marcam a linha 2006, em que o motor 1,6 de 106 cv é a grande novidade

A situação era clara: o Marea não vinha mais vendendo. Depois de uma fraca cadência de 800 unidades/mês no ano passado, neste a projeções indicavam 300. Para vender mais, uma das maneiras mais conhecidas é baixar o preço e ao mesmo tempo melhorar o produto. Apesar do real bem valorizado, continuava saindo caro importar da Itália o motor de 1,75 litro, 16 válvulas e 132 cv para montar na versão de entrada, a SX. Assim, a fábrica de Betim, MG decidiu que era a hora de recorrer à Fiat da Argentina e usar o 1,6-litro produzido naquele país, tanto no sedã quanto na perua Weekend.

O resultado ficou bom e o preço do sedã SX caiu – não muito – de R$ 48.850 para R$ 46.450 (Weekend, R$ 50.550). E ficou distante do ELX, que mantém o 1,75 16V e custa R$ 52.710. Em compensação, manteve itens importantes como ar-condicionado com controle automático, banco traseiro bipartido, revestimento dos bancos em veludo de alta qualidade, faixa degradê no pára-brisa e bolsas na parte de trás dos encostos dos bancos. O interior ficou mais agradável com os apliques de cor cinza na moldura do rádio (que é novo), console central (agora com saída de energia 12 V) e maçanetas.

Claro que houve perda de desempenho, mas nada que preocupe o motorista comum, que busca apenas um transporte familiar com conforto. Numa breve avaliação foi possível notar boa disposição para acelerar e retomar velocidade, como ao transpor as famigeradas lombadas no bairro do Morumbi, na capital paulista. Os 30 kg a menos de peso ajudam (1.190 contra 1.220 kg) e a curva de torque bem distribuída faz a potência aparecer mesmo em baixo giro. A 1.500 rpm o torque já é 82,5% do máximo, 13 m.kgf, enquanto o maior valor de 15,4 m.kgf aparece a 4.500 rpm.

Vale notar que o motor agora utilizado é o que a Fiat chamava de Corsa Lunga (leia boxe), que oferece maior disposição em baixas rotações, à custa de uma ligeira perda em suavidade em altos regimes — uma concessão plenamente aceitável neste caso. A potência máxima atinge 106 cv a 5.500 rpm, rotação que pode ser considerada discreta para um motor multiválvulas. Surpreendeu a baixa taxa de compressão para os padrões atuais, 9,5:1, se no motor 1,75 italiano têm-se 10,3:1. Tanto no país de origem do motor como aqui, está provado que as respectivas gasolinas permitem outro patamar de taxa.

Os números de desempenho informados mostram aceleração 0-100 km/h em 11,2 segundos, contra 9,6 s antes. A velocidade máxima caiu de 198 para 186 km/h (ver desempenho da Weekend). Nos dois casos ainda se conta com desenvoltura mais do que suficiente para o uso normal. A única mudança na transmissão foi o expressivo encurtamento (em 21,2%) da relação de diferencial, que passou de 3,353:1 com motor 1,75 para 4,067:1 no de menor cilindrada. Agora o motor gira a cerca de 3.700 rpm a 120 km/h em quinta, regime alto, mas aceitável. Continua

Tango na Europa
O motor 1,6 16V foi usado no Palio desde o lançamento, em 1996, até 2003. Depois passou ao Brava, em 1999. Para aumentar o torque e a potência em baixa rotação, a Fiat alterou diâmetro dos cilindros e curso dos pistões de 86,4 x 67,4 mm (1.580 cm³) para 80,5 x 78,4 mm (1.596 cm³), ou seja, aumentou o curso em 16%. Embora continuasse um motor de curso curto (menor que o diâmetro), foi denominado Corsa Lunga (curso longo em italiano para se diferenciar do outro). A mudança foi implantada no Doblò e estendida ao Brava no ano-modelo 2002.

Este é o motor que agora propulsiona o Marea SX para 2006. Curiosamente, as duas versões do motor coexistem pacificamente em produção na Argentina e são exportadas regularmente para a Itália, onde estão nos compartimentos de motor do Lancia Lybra e dos Fiats Multipla, Doblò, Stilo hatch e perua, esta chamada lá de Multiwagon. Agora volta ao Brasil, sem que necessariamente seja o último tango em terra nossa. Pelo contrário.

Avaliações - Página principal - Escreva-nos - Envie por e-mail

Data de publicação: 25/6/05

© Copyright - Best Cars Web Site - Todos os direitos reservados