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O Fusca ficou
quadrado

Valente como o velho Volkswagen, mas também econômico e seguro, o Mille mostra por que ainda faz tanto sucesso

Texto e fotos: Fabrício Samahá

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A reestilização no ano passado causou polêmica, mas trouxe alguns itens bem-vindos; com fortes qualidades, seus índices de vendas permanecem inabaláveis

Por mais otimista que Giorgetto Giugiaro fosse no início da década de 1980, ao desenhar o Fiat Uno (leia história), ele dificilmente imaginaria que aquele projeto se tornaria um sucesso tão grande no Brasil. No ano passado, em que completou 20 anos de produção nacional, ele ainda foi o quinto carro mais vendido de nosso mercado.

Hoje representado pela versão única Mille Fire, o Uno consagrou-se como um vencedor. É verdade que o fator preço — é há anos o modelo mais "barato" do Brasil... como se houvesse carro barato neste país — conta muito, mas não só. O que realmente conquista nesse Fiat é oferecer, a um custo imbatível, um conjunto de qualidades que o tornam plenamente viável como carro popular dos tempos modernos. Um sucessor para o que o Fusca representou durante décadas, mas com muitas vantagens.

Começa pelo espaço: bem mais alto que os concorrentes de seus primeiros tempos, como o Gol de primeira geração, e com formas retilíneas que não invadem a área dos passageiros, o Mille oferece acomodações melhores que as de carros mais recentes. O compartimento de bagagem é bem razoável (270 litros, contra 245 de um Peugeot 206) e está livre do estepe, que vem junto ao motor, posição única e inigualável em termos de acesso com o veículo carregado.

Com um motor de concepção atual, o Fire adotado em 2001, consegue ser ágil e ainda obter ótimos índices de consumo. Não menos importante, é um carro contemporâneo ao volante: dos freios à suspensão, nada existe no Mille que traga dificuldades ao motorista, mesmo àquele que o dirige em alternância com modelos mais modernos. Um atributo que o Fusca, com suas suspensões arcaicas e freios sem assistência, já não tinha pelo menos desde os anos 80.

Saudável simplicidade   Quem compra nosso carro mais barato sabe que não vai encontrar luxo. De fato, o interior do Uno é de uma simplicidade franciscana, com chapa aparente nas portas e colunas, plásticos baratos, nenhuma alça de teto. Faltam locais para objetos e o acelerador não tem uma simples borracha para cobrir o metal. Os ruídos de rodagem dos pneus são ouvidos claramente, por causa do descuido com material fonoabsorvente, e o motor exposto do limpador do vidro traseiro permite uma aula de mecânica quando a tampa é aberta. Mas o que importa tudo isso? Continua

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Data de publicação: 25/1/05

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