![Clique para ampliar a imagem](../carros/ford/testes/xr-motor.jpg)
Bom de dirigir, tem até marcha à ré sincronizada, mas faltou ousadia sob
o capô: o motor 2,0 16V de apenas 126 cv fica devendo aos concorrentes
de até 180 cv
![](../carros/ford/testes/xr-console.jpg) |
Se esses inconvenientes
já são habituais no Focus, não esperávamos encontrar no XR um processo
de "depenação" tão acentuado. Embora seja licenciada como Ghia, por
causa do motor 2,0-litros (a Ford não homologou a série no Renavam), a
edição especial é na verdade uma versão básica — aquela vendida com
motor 1,8 — com acessórios esportivos, a mesma receita adotada em 2000
pela GM para criar o Astra Sport, hoje revista com a adoção de itens
adicionais no GSi.
Comparado ao Ghia, o XR deixa de fora o computador de bordo, o ajuste
elétrico de altura (é feito por manivela) e a regulagem de apoio lombar
do banco do motorista, luzes de leitura dianteiras e traseiras,
iluminação de cortesia no assoalho dianteiro, apoio de braço central no
banco traseiro, ajuste do intervalo do limpador de pára-brisa,
rádio/toca-CDs com controle junto ao volante, bolsas infláveis, freios
traseiros a disco e sistema antitravamento (ABS). Isso mesmo: um
esportivo com freios inferiores aos da versão convencional.
Até mesmo o Focus 1,8, com o pacote de opcionais mais caro, traz itens
que o XR não oferece. E a Ford chega ao cúmulo de vendê-lo sem opção de
sistema de áudio (o que equipava a unidade avaliada foi adicionado à
parte), alegando que o consumidor ganha liberdade de escolher o tipo que
preferir. O BCWS entende que isso deveria ser opção, não
imposição. Além disso, não é possível escutar no próprio carro a edição
em CD do manual do proprietário...
Ainda bem que outros itens de conveniência escaparam à "tesoura": teto
solar com controle elétrico, fechamento e abertura dos vidros e
do teto pelo controle remoto (ótimo ao chegar ao carro "torrando" sob
sol), buzina dupla, cintos de três pontos para todos os ocupantes (um
fica sem encosto de cabeça), faixa degradê no pára-brisa, bolsas nos
encostos dianteiros, comando elétrico do porta-malas (em boa posição,
próxima ao retrovisor esquerdo), ajuste elétrico dos faróis, luz de
aviso de porta mal fechada, dois porta-copos e porta-caneta.
Nos demais aspectos, é o Focus já conhecido e apreciado por muitos — um
carro que, apesar do volume de vendas ainda tímido, tem chamado a
atenção pela satisfação dos proprietários no
Teste do Leitor. Bom espaço interno,
porta-malas razoável (350 litros), direção leve e precisa e câmbio com
bons engates, em que a marcha à ré também é
sincronizada.
Só que seu uso exige o acionamento de um anel-trava, mal posicionado
(muito longe do topo) e desnecessário, já que uma trava interna impede
que a ré entre a mais de 10 km/h. Com isso, perde-se a maior vantagem da
sincronização — poder-se engatar a ré pouco antes da parada total.
Continua |
Inseridos os dados no Simulador de Desempenho do
consultor Iran Cartaxo, o Focus XR apresentou resultados
melhores que os divulgados pelo fabricante. Isso tem explicação:
a Ford tem efetuado testes em seu campo de provas de Tatuí, SP,
em vez de ao nível do mar, como todo fabricante — e como o
BCWS em suas simulações.
Os índices de desempenho são bons e revelam acerto de
transmissão adequado: à máxima de 205 km/h o motor está 300 rpm
acima da potência máxima, como convém a um esportivo. E o XR não
consome muito, em especial na estrada. De resto, as curvas de
potência e torque (na figura) comprovam sua boa distribuição
pela faixa operacional, mesmo que o torque máximo a altas 5.000
rpm transmita uma impressão negativa de início. |
Velocidade
máxima |
205 km/h |
Regime à
vel. máxima (5ª.) |
5.550 rpm |
Regime a
120 km/h (5ª.) |
3.250 rpm |
Potência
consumida a 120 km/h |
26 cv |
Aceleração de 0 a
100 km/h |
10,8 s |
Aceleração
de 0 a 400 m |
17,9 s |
Aceleração
de 0 a 1.000 m |
31,5 s |
Retom. 80 a 120 km/h
(5ª.) |
17,2 s |
Retom.
60 a 100 km/h (4ª.) |
10,6 s |
Consumo em
cidade |
9,1 km/l |
Consumo em
estrada |
13,7 km/l |
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