



Faróis ousados com LEDs
embaixo, rodas de 18 pol com grandes freios e as lâminas laterais em cor
contrastante destacam-se no estilo do R8 |
A Audi parece ansiosa para entrar no clube dos superesportivos no Brasil
— carros desenhados com essa finalidade desde o início, não as versões
de alto desempenho derivadas de sedãs e peruas que fizeram boa parte de
sua fama. A um mês do lançamento oficial para nosso mercado, o cupê
esporte de motor central-traseiro R8 teve uma apresentação prévia à
imprensa no kartódromo da Schincariol em Itu, São Paulo. A antecipação,
ainda que em local tão pouco apropriado, decorre do fato de que o carro
já pode ser encomendado por R$ 600 mil e, segundo a Audi, o primeiro
lote de 20 unidades já foi todo vendido.
O R8 demonstra toda a capacidade técnica da marca de Ingolstadt em
construção de automóveis. Usa alumínio em toda a carroceria, tem um
motor de V8 com injeção direta de
gasolina que produz 420 cv a 7.800 rpm, tração integral permanente e
câmbio manual automatizado de seis
marchas. Enfim, um carro que reúne o que há de mais avançado em
tecnologia, dentro da Audi e fora dela. Derivado do carro-conceito
Le Mans Quattro que fez sua
primeira aparição no Salão de Paris de 2006, o R8 tem estilo que
entusiasma.
Suas linhas transmitem a sensação de velocidade e robustez, em especial
a frente, onde os faróis bi-xenônio são
acompanhados por fileiras de LEDs, 12 de
cada lado, responsáveis pela luz diurna usada em vários países. No
exterior há opção de faróis por LEDs, que a Audi diz reproduzirem a
iluminação natural do dia ainda melhor que o gás xenônio. Atrás, o
conjunto de lanternas — também com LEDs — compõe um belo conjunto com as
saídas de ar localizadas logo abaixo. Sob a tampa de vidro fica o V8 de
4,2 litros. A lateral acompanha o ar esportivo das partes dianteira e
traseira, mantendo um perfil baixo e afilado, com entradas de ar.
E é justamente na lateral que surge um grande diferencial em termos de
estética: a lâmina que a Audi chama de sideblade e à qual atribui
funções estéticas e dinâmicas. Estéticas porque essa parte vem pintada
em cor distinta do resto do carro, compondo uma identificação visual
única. E dinâmica, pois através dela o ar é direcionado para o cofre do
motor. Atrás da peça fica grande parte dos módulos de gerenciamento do
carro.
O interior do R8 tem desenho agradável e segue estritamente o padrão
Audi. O painel traz o computador de bordo bem ao centro e o volante
contém comandos do sistema de áudio Bang & Olufsen (de ótima qualidade,
com 12 alto-falantes e potência de 465 watts) e as hastes de troca de
marcha do câmbio R-tronic. Sua base achatada facilita ao motorista
entrar e sair e traz um charme adicional. O luxo está por toda parte: os
bancos são revestidos em couro, o teto em Alcântara, o ar-condicionado
tem controle independente para os dois ocupantes. A posição de direção é
muito boa, sendo fácil encontrar a melhor acomodação pelas várias
regulagens. O porta-malas dianteiro de 100 litros soma-se a um espaço de
90 litros para objetos atrás dos bancos.
Quase 8.000 rpm
Mas o sistema de áudio pode ser deixado de lado, porque o ronco desse V8
de aspiração natural e 420 cv a 7.800
rpm, já conhecido da linha RS4, é uma
sinfonia para quem gosta de dirigir. Na verdade, é uma sinfonia até para
quem não se importa com carros. O som invade a cabine na medida certa,
sem causar desconforto.
Continua |