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No interior bem-acabado e com muitas conveniências, a prioridade ao funcional percebida nos comandos e instrumentos habituais nos BMWs

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Caixa automática de seis marchas permite trocas manuais também no volante, partida é por botão e banco traseiro traz divisão em três partes

Em uma avaliação muito breve, o X1 mostrou ter um motor cativante, respostas ágeis apesar de todo o peso e grande capacidade de curva

Receita de esportivo   O motor do X1 28i é bem conhecido: foi lançado em 2005 no 330i, em que uma nova unidade de 3,0 litros assumiu o lugar da usada na geração anterior do Série 3. Se a arquitetura de seis cilindros em linha soa tradicional (quase não é mais usada pela indústria: fora da marca há apenas os motores Volvo/Land Rover e um da General Motors nos Estados Unidos), ainda é a melhor para se obter funcionamento "liso", isento de vibrações. O comando Double Vanos conta com variação contínua do tempo de abertura das válvulas de admissão e escapamento, enquanto o sistema Valvetronic aumenta a eficiência em cargas (aberturas de acelerador) parciais, pois a variação de abertura das válvulas de admissão dispensa a borboleta de aceleração. O resultado é potência de 258 cv a altas 6.600 rpm, indicando propensão para "girar", enquanto o torque máximo de 31,6 m.kgf aparece na faixa de 2.600 a 3.000 rpm, sinal de respostas consistentes desde baixa rotação.

A caixa automática de seis marchas transmite a potência às quatro rodas por um sistema permanente por embreagem multidisco. Não há redução (sem a qual o X1 não pode ter motor a diesel pela legislação brasileira) ou bloqueio de diferenciais, mas o controle de estabilidade e tração aciona os freios das rodas que perderem aderência. A própria divisão é alterada conforme o comportamento em curva: a roda traseira externa obtém mais torque do que a interna, para evitar a patinação, e se houver sobresterço as rodas dianteiras tendem a receber mais potência. A suspensão independente segue os conceitos de paralelogramo deformável na dianteira (é McPherson, mais simples, apenas no X1 com tração traseira) e multibraço atrás, com distribuição de peso de praticamente 50% por eixo, como é ponto de honra para esses bávaros. Os pneus são do tipo run-flat, em que a estrutura reforçada e as rodas especiais permitem rodar sem ar por até 150 km com velocidade máxima de 100 km/h. Os freios incluem dispositivos como secagem ao rodar em piso molhado (por meio de leve atrito entre discos e pastilhas), compensação de aquecimento (para evitar a sensação de perda de eficiência), assistência adicional em frenagens de emergência e auxílio à saída em subidas.

Apesar do elevado peso (1.685 kg), toda essa receita fazia esperar comportamento quase de carro esporte. E conseguiu! Pelo menos na rapidíssima avaliação de apenas duas voltas pelo circuito José Carlos Pace, no bairro paulistano de Interlagos (total de 8,6 quilômetros), o X1 pôde mostrar que é um utilitário com vocação para o desempenho. As respostas do motor são muito convincentes, sem que o motorista precise usar altas rotações, embora isso se torne um prazer pela forma suave com o seis-em-linha sobe de giros. Não há razão para duvidar da aceleração de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos e da velocidade máxima de 230 km/h anunciadas (o X1 sem pacote esportivo, contudo, vem limitado a 205 km/h por questão de pneus).

A eletrônica embarcada impressiona. Por várias vezes tentamos forçar uma curva abusada, mas os sensores atuam rápido e consertam o que seria uma bela rodada sem eles. Também tivemos a chance de verificar na prática a eficiência dos pneus, porque um dos carros da apresentação à imprensa rodou certo tempo com o dianteiro direito furado e o motorista nem se deu conta, tendo sido avisado por pessoa externa (apesar de haver indicação no painel). Na reta dos boxes, a maior de Interlagos sem contar a subida do Café, um teste de retomada mostrou resposta imediata quando o acelerador bate no fundo do curso. Pode-se observar o câmbio reduzindo de sexta para terceira e fazendo o "seizão" colar as costas no banco, enquanto produz um som feito por e para entusiastas. Ao fim da reta estávamos a quase 200 km/h e só fizemos o "S" do Senna graças à precisa atuação dos freios. Lamentável é que a BMW não tenha dado aos jornalistas a oportunidade de dirigir em condições mais práticas, como em cidade e rodovia. Melhores impressões ficam para a avaliação completa.

Em 2009 o segmento de luxo vendeu 22 mil unidades e, graças ao crescimento do mercado, só em dezembro a BMW atingiu a cifra de 975 unidades. A marca espera finalmente romper a barreira das 1.000 unidades/mês este ano com a chegada do X1.

Ficha técnica
MOTOR - longitudinal, 6 cilindros em linha; duplo comando no cabeçote, 4 válvulas por cilindro. Diâmetro e curso: 88 x 85 mm. Cilindrada: 2.996 cm3. Taxa de compressão: 10,7:1. Injeção multiponto sequencial. Potência máxima: 258 cv a 6.600 rpm. Torque máximo: 31,6 m.kgf de 2.600 a 3.000 rpm.
CÂMBIO - automático, 6 marchas; tração integral.
FREIOS - dianteiros e traseiros a disco ventilado; antitravamento (ABS).
DIREÇÃO - de pinhão e cremalheira; assistência hidráulica.
SUSPENSÃO - dianteira, independente, paralelogramo deformável; traseira, independente, multibraço.
RODAS - 7,5 x 17 pol; pneus, 225/50 R 17.
DIMENSÕES - comprimento, 4,454 m; largura, 1,798 m; altura, 1,545 m; entre-eixos, 2,76 m; capacidade do tanque, 63 l; porta-malas, 420 l; peso, 1.685 kg.
DESEMPENHO - velocidade máxima, 230 km/h (com pacote esportivo); aceleração de 0 a 100 km/h, 6,8 s.
CONSUMO - em cidade, 7,7 km/l; em estrada, 13,7 km/l.
Dados do fabricante; consumo conforme ciclos e com combustível europeus.
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O motor de 3,0 litros, dotado de alta tecnologia, e o novo X1 ao lado dos "irmãos" X3, X5 e X6, a partir da direita

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